A Acupuntura Minimalista

Acupuntura Milenar - Arte Digital: Henrique Vieira Filho - Modelo: Rilda

Tenho me esforçado para desenvolver versões técnicas, éticas e JURIDICAMENTE CORRETAS para a Terapia Holística. Isso implica em adaptar textos e nomenclaturas para nossas áreas.

Na Terapia Tradicional Chinesa, os milenares textos do Nei Ching (ou Nei King, se alguém fizer questão…) foram traduzidos por um MÉDICO para o coreano e, depois, para o francês… Pasmem: a cada página do ORIGINAL, ele acrescentava cerca de 5 páginas da cabeça dele !!!! Com “tabelinhas de pontos x DOENÇAS” (monopólio médico…) !!!!!
Quem ler ATENTAMENTE a versão em francês, percebe quando é texto original (são praticamente poesia e filosofia…) e quando é do MÉDICO. Mas, as traduções em português nem sempre deixam isso claro…
Esse formato “modernoso” de “tabelinhas” (pontos para isso, pontos para aquilo…) não tem tradição milenar e é tão somente o modo como os médicos imaginam que seja a terapia dos pontos…
Nos tempos antigos, a pulsologia e o toque no corpo é que determinava onde aplicar a estimulação. Na Holopuntura, resgatamos estes procedimentos, somando àquilo que a modernidade trouxe de bom, que são os mapeamentos, sobre os quais focamos no caminho dos Cinco Movimentos Chineses, tornando muito mais acessível sua aplicabilidade e entendimento. A Holopuntura não é, em si, uma “novidade”; trata-se de uma RE-visão do que chamamos de “acupuntura sistêmica” e da reflexoterapia.
Um “retorno às origens”, onde cada caso era um caso e não havia “receitas de pontos” pré-determinadas. Assim sendo, nossos mapas Reflexoterápicos (Auricular, Podal, etc…) ao invés de se dispersarem em detalhes anatômicos que só interessariam aos médicos, quintessenciamos sua abordagem para 5 zonas reflexas, uma para cada um dos Movimentos (Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal). Uma das grandes vantagens das Reflexoterapias é que simplesmente, em tese, “NÃO EXISTE PONTOS”, sendo que estes só surgem como reflexos de algum desequilíbrio.
Assim sendo, ao localizar um ponto (via Pulsologia de Nogier, de preferência…), automaticamente já identificou onde aplicar o estímulo, seja ele o toque, agulha, imãs, cores, fitoterápicos, etc, etc…
Nesta mesma linha “minimalista”, nosso mapeamento de pontos sistêmicos (os que estão distribuídos pelos meridianos corpóreos) focou para a terapia aqueles localizados dos dedos (das mãos e pés…) até a dobra do cotovelo (braços…) e do joelho (pernas…), justamente os pontos correspondentes aos Cinco Movimentos Chineses.
A pré-seleção do meridiano a se trabalhar ocorre via toque nos assim chamados Pontos de Alarme, cuja sensibilidade irá determinar qual meridiano pesquisar. Tal “pesquisa” é realizada via toque no trajeto do meridiano que corresponde ao Ponto de Alarme detectado e, novamente, via sensibilidade ao toque, descobre-se onde realizar a estimulação terapêutica.
No atendimento de consultório, basta um dos procedimentos acima (ou Reflexoterapia, ou Terapia nos Meridianos Corpóreos). Notei que alguns colegas aplicavam ambos os procedimentos, na mesma pessoa e na mesma consulta, o que é desnecessário. Para fins de estudos, claro que é interessante. Contudo, na prática de consultório, se torna um inconveniente, já que bastaria apenas uma das duas formas ser aplicada, resguardando um tempo maior do horário justamente para o ACONSELHAMENTO.
Para escolher qual caminho terapêutico seguir com cada Cliente, uma referência é justamente o grau de aceitação ao toque: se a pessoa não se sente à vontade para expor as regiões dos pontos de alarmes, ou mesmo, braços e pernas, utilize a Reflexoterapia. A espectativa do Cliente também deve ser considerada; afinal, se ele vem ao seu consultório já na pré-idéia de que receberá “aplicações pelo corpo”, ou se ele já chega imaginando “fitinhas na orelha”, o Terapeuta Holístico pode e deve atender a esta “imagem” que o Cliente já possui, angariando deste uma maior receptividade ao atendimento. O mesmo bom senso deve ser aplicado quanto à escolha do tipo de estimulação.
Ora, se o Cliente “morre de medo” de agulhas, obviamente deve escolher OUTRA opção de estímulo… Se for fã de fitoterápicos, aproveite e aplique plantas nos pontos… Já se ele for mais observador de cores, que tal aplicar Cromopuntura ? Ou seja, somos nós, os Terapeutas Holísticos, é que devemos nos moldar às necessidades/receptividades de nossos Clientes…
Minha sugestão pessoal é a de que não se apeguem demais ao uso de agulhas… Elas são um “pomo da discórdia” desde a proliferação do medo de contágios e, muito possivelmente, acontecerá no Brasil o mesmo que ocorreu na França: passaram a ser classificadas como “instrumento CIRÚRGICO” e, por consequência, monopólio médico. Notem que conseguiram a exclusividade no uso de agulhas de acupuntura, porém, a técnica em si, continuou sendo de LIVRE EXERCÍCIO, bastando utilizarem OUTRAS formas de estimular os pontos… Relembrando: isto ocorreu na França; no Brasil, AINDA não…
Importante observar, para quem utilizar deste procedimento (agulhas de acupuntura…), que tem a obrigação legal de cumprir as exigências da Vigilância Sanitária quanto a serem agulhas descartáveis e de uso único (com Nota Fiscal de compra, é claro…) e de serem dispensadas em recipientes específicos para lixo infecto-contagiante, cuja coleta também é em separado da que ocorre com o lixo comum.
Sobre esta pauta, sugiro a todos que estudem as NTSV – Normas Técnicas Setoriais Voluntárias da Terapia Holística e seus Anexos Informativos, disponibilizados em www.sinte.com.br.

A Raposa E As Uvas: Farmacêuticos x Terapia Floral

Faz poucos anos, o Conselho Federal de Farmácia publicou nova resolução no Diário Oficial da União, autorizando seus membros a exercerem o que chamaram de “floralterapia“.

Ou seja, antes proibidos por seu próprio Conselho, tudo mudou via “canetada”, transformando todo Farmacêutico em Terapeuta Floral potencial.
Claro que nós, Terapeutas Holísticos, nem sequer nos importamos com “concorrência”, afinal, estamos décadas à frente nesta prática terapêutica.
Será até interessante para os colegas que possuem escolas de Terapia Floral, pois os Farmacêuticos terão que apresentar ao seu Conselho, dentre outros requisitos, ao menos 180 horas / aulas em cursos livres.
O título deste artigo se justifica pelo fato de que, em meados de 1995, o próprio Conselho de Farmácia, junto a TODOS os demais Conselhos autárquicos (com a honrosa exceção do Conselho de Enfermagem), entrou na Justiça Federal simplesmente tentando PROIBIR a existência da NOSSA Profissão, utilizando, dentre outras alegações, que as técnicas que exercemos são ineficazes e até perigosas…
Graças à vigorosa re-ação do SINTE e do CRT, suas más intenções foram derrotadas judicialmente.
E, claro, todos sabíamos que estavam “desdenhando”, pois, na verdade, o REAL desejo era monopolizar para eles as nossas modalidades terapêuticas.
Assim sendo, paira uma certa ironia no ar, que agora, queiram abraçar a Terapia Floral
Todos os Farmacêuticos sejam bem-vindos, pois ao contrário de como nos recepcionaram no passado, nós, Terapeutas Holísticos, lhes receberemos de braços abertos !
E estamos à disposição, com a experiência terapêutica acumulada de quase um século no exercício do que chamam de “floralterapia”, para auxiliar-lhes nesta transição.
Afinal, exercer TERAPIA Floral é muito mais do que escolher essências
Qualquer pessoa, com alguns minutos de dedicação (inclusive, os próprios Clientes…) consegue escolher, para si, uma composição floral. Não há segredo algum nisso…
O que justifica chamar de TERAPIA é o suporte disponibilizado pelo Profissional, a amparar o Cliente no aceitar, compreender e integrar as emoções que irão aFLORar, em ritmo mais intenso, no transcorrer do consumo das essências.
Ou seja, escolher essências não transforma ninguém em TERAPEUTA Floral…
Esta titulagem transcorre ao capacitar-se com a necessária Psicoterapia, em suas mais diversas vertentes, tais como Aconselhamento, Psicanálise, para citar as mais conhecidas…
Certamente que os Clientes não irão abrir seus corações no balcão da farmácia, pois não é ambiente que transmite a privacidade necessária.
Ou seja, terão que abrir Consultórios para que possam, no mínimo, ter a conversação básica para selecionar as essências florais para cada momento dos Clientes.
Outra grande desafio aos Farmacêuticos que adentrarem na “floralterapia” será conquistar credibilidade.
Afinal, existe um evidente conflito ético de interesses, por estarem VENDENDO os próprios produtos que recomendarem em seus atendimentos terapêuticos, colocando a si na situação de suspeição de cometerem, mesmo que inconscientemente, o que é pejorativamente chamado pela sociedade de “empurroterapia”.
Certamente que as pessoas se sentirão mais confortáveis em receber indicações de produtos de quem não os comercialize, pois estes estarão isentos da “tentação” de suprir interesses comerciais distintos do atendimento…
Em suma, ficamos felizes que, oficialmente, os Farmacêuticos concordem com o que já tínhamos certeza: a eficácia da Terapia Floral.
Em tempo: para escolherem onde cursar Terapia Floral, basta contatar nossa organização, que indicaremos, prontamente, as escolas de Terapia Holística mais próxima !
Recebam as boas vindas ao nosso ramo de Conhecimento !


Este artigo baseou-se no livro:

Capa - Livro Florais De Bach
Autor: Henrique Vieira Filho

Florais de Bach – Uma Visão Mitológia, Etimológica e Arquetípica
Autor: Henrique Vieira Filho
Editora Pensamento
Que pode ser adquirido nas melhores livrarias, além de, via postal, em www.livroteca.com.br

 

Van Gogh e a Arteterapia

Fotografia recente do Jardim em Arle

Todos conhecem a sofrida história pessoal de Vicent Van Gogh.

O que poucos sabem é se sua contribuição, indireta, para a ARTETERAPIA.
Nos locais que lhe foram fonte de inspiração (e até de internação…), hoje florescem aulas de pintura e atendimentos terapêuticos por meio da ARTE.
Recentemente, aproveitando de intervalos entre compromissos, tive o privilégio de espairecer nos mesmos campos e paisagens por onde Van Gogh trilhava.
Foi uma ótima oportunidade de reflexão sobre a importância da ARTE como ferramenta de acesso ao inconsciente.
Caminhando pelos campos de Lavanda (este tópico abordarei em detalhes, em futuros artigos sobre Aromaterapia e Fitoterapia…) e Girassóis, na região de Provence / França, é fácil compreender a fascinação que despertam em mentes brilhantes como a de Van Gogh.
Para quem não tem experiência de consultório, parece impossível não ficar feliz e em paz, perante tamanha beleza.
Contudo, um Terapeuta Holístico nem se surpreende que, mesmo em um local paradisíaco, Van Gogh sofria intensamente.
Sem encontrar a si na religiosidade, mal conseguindo manter seu sustento em empregos singelos, sem realização na vida afetiva e, até mesmo como artista, vendeu apenas um quadro enquanto vivo…
Quanto poderia ter sido diferente, SE Van Gogh tivesse acesso à Terapia Holística.
Com o Aconselhamento terapêutico adequado, quem sabe teria superado seu vício em absinto, que tanto prejudicou sua sanidade…
Vivências certamente auxiliariam sua busca pela transcendência.
Com tamanha abundância de ervas aromáticas à sua volta, a Fitoterapia teria sido de grande valia.
Correndo o risco de parecer piada de mal gosto, ouso afirmar que a Auriculoterapia poderia ter evitado alguns dos problemas pelos quais passou.
De todo o leque de técnicas à disposição de nós, Terapeutas Holísticos, uma delas se elege a, em tese, mais indicada a este Cliente tão especial: a Arteterapia.
Interrompi a caminhada, parando em um ângulo de visão semelhante ao que Van Gogh utilizou para pintar a imagem que ilustra este artigo.

Fotografia recente do Jardim em ArleJardim - Quadro de Vicente Van Gog
Imagem recente do jardim em Arles
Fotógrafo: Henrique Vieira Filho
Le Jardin De L’Hopital D’Arles
Obra de Vincent Van Gogh

Como fotógrafo e artista digital, enxergo a beleza estética e técnica de seu trabalho.
Contudo, como Terapeuta Holístico, devo ir além da avaliação técnica, e abrir a possibilidade de interpretação.
A pintura contém o inconsciente projetado e somente o próprio autor tem acesso ao seu significado pessoal.
Na Terapia Holística, criamos condições para que o Cliente interprete a si, processo este catalizado por técnicas de relaxamento e induções verbais e via toque.
Sem acesso ao artista, só nos resta um exercício de intelectualidade e tecer algumas hipóteses sobre seu momento.
Para as pessoas à sua volta, transparecia um indivíduo perturbado, algumas vezes até incapacitado para o convívio em sociedade.
Sua Arte, contudo, apresentava grande vivacidade e transmitia a beleza intensa que o circundava.
Ainda que seu consciente só se desse conta das misérias de sua vida pessoal, a verdade é que seus quadros comprovam seu potencial inconsciente para enxergar a vida sob um ponto de vista transcendente.
Creio que a Terapia Holística conseguiria integrar esta capacidade ao seu dia-a-dia, criando condições para ser feliz.
Muitos de seus quadros foram produzidos durante suas internações voluntárias.
É de se cogitar que a Arte tenha sido sua atividade terapêutica mais eficaz.
A humanidade lamenta a desatenção com que tratou um de seus gênios.
Tardiamente compreendido, seu trabalho despertou olhares mais atentos às pessoas que eram submetidas às internações, em todo o mundo.
Graças a essa nova visão, a Arteterapia passou a integrar os recursos à disposição daqueles que procuram respostas sobre si mesmos.
Cartaz na entrada da casa de repouso - Fotógrafo: Henrique Vieira FilhoAo passar na casa de saúde em que Van Gogh se internou, tive o prazer de constatar que, desde 1995, existe a opção de atendimento terapêutico via ARTE.
Nos dias atuais, as pessoas VOLUNTARIAMENTE optam por passar lá uma temporada para desestressar, sendo encorajadas a enveredar pela pintura, inspiradas pelas mesmas paisagens que apaixonaram Van Gogh.
Os quadros podem ser colocados à venda, para os visitantes, sendo parte da renda para quem pintou, e parte para financiar o projeto.
A terapia artística é coordenada pela Associação ValeTudo, uma entidade sem fins lucrativos, que propõe a ARTE como caminho terapêutico e igualmente atua como polo congregador de artistas.
Interessante que, em um breve intervalo entre compromissos, sem que tivesse planejado, o universo me proporcionou “sentir” a vida deste cultuado artista e me recordar o valor da Arteterapia.
Prometi a mim mesmo voltar no ano que vem, desta vez, especialmente para tomar contato com a magnífica floração dos campos de lavandas e girassóis e de conhecer mais de perto, a evolução dos tratamentos pela ARTE.
Complemento este artigo com as imagens que seguem: dois quadros de girassóis.
Um deles, de Van Gogh, estimado em valor monetário na casa de milhões…
O outro, sem avaliação no mercado, pintado em sessão de Arteterapia, por uma singela dona de casa, nos atendimentos comunitários gratuitos coordenados pelo SINTE…
O que ambos tem em comum, além do tema, é que seu valor terapêutico é incomensurável, já que os dois são o retrato de suas almas, no momento em que foram criados.
As histórias de vida impressas nas pinceladas, só podem ser lidas por seus autores.
Cabe a nós, Terapeutas Holísticos, a honra de sermos as lentes focais que ajudam nesta leitura transcendente.

Girassóis - Van GoghArteterapia em Novo Horizonte - SP
Imagem de um dos famosos girassóis
pintados por Van Gogh 
Fotógrafo: Henrique Vieira Filho
Imagem de um girassol pintado por
um morador de Novo Horizonte / SP,
durante atendimento comunitário com
Arteterapia

Henrique Vieira Filho
Henrique Vieira Filho – Terapeuta Holístico – CRT 21001, é autor de diversos livros da profissão, ministra aulas na CEATH – Comunidade de Estudos Avançados em Terapia Holística.