A crônica de Henrique Vieira Filho convida o público para a celebração de um ano da Residência Artística do Circuito das Águas, em Serra Negra, nos dias 21 e 22 de março. O evento multiartístico, construído sem verba pública, destaca a união da cultura indígena com a moda sustentável, a sereia cantora com a dança urbana, e as pinturas com a natureza. A celebração inclui o Dia Mundial da Água e o Dia Mundial Sem Carne, com exposições, cinema, literatura, artesanato e teatro, convidando o público a compartilhar um piquenique cultural.
Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6444 de 14/03/2025
Preparem seus corações e suas câmeras, porque a Residência Artística do Circuito das Águas vai explodir em cores e sons nos dias 21 e 22 de março!
É aniversário de um ano da inauguração da sede própria, minha gente! Foi construída com muito trabalho, nenhuma verba pública e um enorme amor pela Cultura, abraçando todos os talentos artísticos da região e além!
E o evento promete ser daquelas que a gente conta para os netos (ou para os seguidores, das redes sociais, no caso dos mais jovens).
Imagine um lugar onde a cultura indígena encontra a moda sustentável, onde a sereia cantora divide o palco com a dança urbana e a cultura POP, onde as pinturas saltam das telas para abraçar a natureza.
Pois é, esse lugar existe e se chama Residência Artística, aqui em Serra Negra! E neste aniversário, o evento será ainda mais especial, pois celebraremos também o Dia Mundial da Água e o Dia Mundial Sem Carne, mostrando que a arte e a sustentabilidade podem caminhar juntas.
Kena Marubo, essa força da natureza em forma de gente, vai estar lá, com pintura corporal e artesanatos, mostrando a riqueza do povo Marubo.
E a Sereia Lúthien? Ah, essa vai te hipnotizar com a voz e te fazer acreditar em sereias de verdade, ainda mais que estaremos no Dia Mundial da Água! Prepare-se para um espetáculo de sereismo que vai te transportar para um mundo mágico, onde a música e a natureza se unem em perfeita harmonia.
E não para por aí! Exposições de arte, dança, cinema, literatura, artesanato, teatro… Ufa! É tanta coisa boa que a gente até se perde!
As paredes da Residência Artística se transformarão em galerias de arte, com obras que celebram a diversidade cultural e a beleza da natureza.
O salão será tomado por apresentações de dança urbana, teatro contemporâneo e música pop, mostrando que a cultura urbana e a natureza podem coexistir em perfeita harmonia.
E os amantes da sétima arte poderão se deliciar com a exibição de curtas-metragens que retratam a cultura local e a importância da preservação ambiental.
E, para completar, uma colaboração especial: traga um petisco vegetariano para compartilhar e celebrar a vida em grande estilo! Afinal, também estaremos celebrando o Dia Mundial Sem Carne! A Residência Artística se transformará em um grande sarau, um piquenique cultural, onde a comida e a arte se unem em um banquete para os sentidos.
Então, já sabe: nos dias 21 e 22 de março, a Residência Artística te espera de braços abertos. Venha celebrar a arte, a natureza e a vida! Prepare-se para um fim de semana inesquecível, onde a cultura, a sustentabilidade e a alegria se encontram em um só lugar!
Um espaço dedicado à criatividade, à inspiração e à conexão com a natureza
Boas Vindas À Residência Artística
É com imensa alegria que convidamos vocês para Comemorar A Residência Artística do Circuito das Águas, um espaço dedicado à criatividade, à inspiração e à conexão com a natureza, que completa um ano de grande repercussão. . Este evento tão especial será ainda mais significativo, pois coincide com a celebração do Dia Mundial da Água e do Dia Mundial Sem Carne. Neste dia único, convidamos cada um de vocês a se juntar a nós trazendo um petisco vegetariano (se for vegano, melhor ainda!) para compartilhar. Ao fazê-lo, não só estaremos honrando a arte e a natureza, mas também demonstrando nossa abertura para opções alimentares conscientes que promovem a saúde do planeta. Além de desfrutar de boa companhia, teremos Sessões de Cinema, Mostra de Artesanato, Música, Dança, Performances Teatrais, Exposição de Artes, Instalação de Moda Sustentável, bate-papo sobre Literatura, Vivências Com Sereia, Cultura Indígena, (com a presença de Kena Marubo – ativista, modelo, artesã, uma das principais vozes das causas ancestrais), Sessões de Fotos e Pintura Corporal, além de conversas inspiradoras sobre arte, sustentabilidade e refletir sobre como podemos contribuir para um mundo mais criativo, saudável e equilibrado. E, claro, muitas imagens “instagramáveis”, pois, redes sociais também podem e devem atuar a serviço do bem! Recebam as boas vindas a este momento de celebração, arte e consciência ambiental.
Com entusiasmo e gratidão, Henrique Vieira Filho e Fabiana Vieira Agentes Culturais
Serra Negra no Cinema: A Iara e o Saci Circulam Pelos Campos
1a Sessão: Dia 21/03 – das 18h30 às 19h30 2a Sessão: Dia 22/03 – das 13hs às 14hs
O Projeto “Serra Negra no Cinema: A Iara e o Saci Circulam Pelos Campos” propõe que dois importantes documentários curtas-metragens integralmente produzidos e focados em Serra Negra sejam exibidos no formato Cinema Itinerante,.
Com versões em português brasileiro, Libras, legendas descritivas e com audiodescrição, os documentários Iara – Guardiã de Nossas Águas e Cid Serra Negra – 100 Anos do Artista Que Levou o Saci para a Igreja fizeram sua estréia em 2024 e já concorrem no Festival de Curtas-Metragens em Cannes (Cannes Indie Shorts Awards).
Ambos os filmes já conquistaram seus respectivos CPB – Certificados de Produtos Brasileiros emitidos pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), que é requisito legal para a exibição pública de obras audiovisuais, estando habilitadas a participar de festivais, receber incentivos fiscais e ser exibidos nos mais diversos meios de reprodução.
Sessão extra: Web Série Só Acredito Vendo, original da CultMente Produções.
Evento Inclusivo: Acessibilidade: Assentos preferenciais para a 3a idade Equidade: além da sessão para público geral, serão disponibilizadas também edições com audiodescrição, em Libras e legendas descritivas Observação: ambiente COM escadas
Dirigido por Henrique Vieira Filho e produzido por Fabiana Vieira (Sociedade Das Artes) de forma lúdica e poética, este curta-metragem (23 minutos) defende a natureza, entremeando depoimentos de especialistas com um espetáculo de sereismo, onde a Sereia Lúthien canta e a Companhia de Dança Talento executa coreografias. https://youtu.be/0qMM9DkGhWM
Produzido por Fabiana Vieira e dirigido por Henrique Vieira Filho, este curta-metragem (18 minutos) conta, de forma poética, com muitas imagens, músicas e animações computadorizadas, a trajetória do grande pintor naif, Cid de Abreu, mais conhecido como Cid Serra Negra. https://youtu.be/JrQwqzRejzY?feature=shared
Clube de Leitura: “Ideias Para Adiar O Fim Do Mundo”
Dia 21/03 – 19h30 às 21h30
Bate-papo descontraído sobre a obra “Ideias para adiar o fim do mundo”.
Ailton Krenak, ativista, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro, primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, em seu livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, questiona a visão dominante da sociedade sobre a natureza e propõe uma nova forma de relação com o planeta
Com destaque para a presença de Bruno Marcelo (indígenas Guaianazes) e Kena Marubo.
Kena Marubo é ativista indígena, artesã e modelo brasileira, membro do povo Marubo, originário da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. Ela utiliza sua visibilidade para promover a cultura indígena e defender os direitos dos povos originários. Além de seu trabalho como modelo, Kena é uma talentosa artesã, produzindo peças que refletem a rica tradição de seu povo. Ela também se dedica à divulgação da cultura Marubo através de suas redes sociais, onde compartilha informações sobre sua história, costumes e tradições. Kena Marubo é uma voz importante na luta pela preservação da cultura indígena e pela defesa do meio ambiente.
Cores da Nossa Terra: Celebrando a Diversidade Artística
Dia 22/03 das 14hs às 18hs
Um espetáculo multiartístico que une os Projetos “Do Rural Ao Urbano – A Diversidade Das Artes De Serra Negra” e “Serra Negra: Um Passeio pelas Cores do Mundo” apresentando exposição de artes plásticas, literatura, música, dança, performance teatral e cultura indígena.
A exposição de artes plásticas, a mostra artesanal e a instalação de moda sustentável permanecem abertas à visitação durante todo o período da tarde.
A sessão de cinema com os curtas-metragens acontece das 13 às 14hs.
Por sua vez, as apresentações artísticas se alternam e interagem entre si e com o público, sem uma ordem rígida previamente definida, transcorrendo das 14 até 18h00.
Mostra “Mãos que Criam”
A Mostra é parte do Projeto “Cultura Popular e Artesanal de Serra Negra: Valorizando os Mestres Artesãos e Cultivando Novos Talentos”, que tem como objetivo principal valorizar e preservar a rica cultura popular e artesanal.
Paralelamente, transcorrerá um bate-papo com os artistas que contam suas experiências e estratégias para a valorização do artesanato .
Exposição de Artes Plásticas: Do Rural Ao Urbano – A Diversidade Das Artes De Serra Negra
Henrique Vieira Filho é um artista plástico multifacetado, com um estilo que transita entre o surrealismo figurativo e a arte contemporânea. Sua obra é marcada pela forte presença de elementos da natureza, do folclore brasileiro e das mais variadas mitologias, explorando temas como a ancestralidade, a espiritualidade e a relação entre o ser humano e o meio ambiente.
Kena Marubo
A Escolha de Lindóia
Além de obras que já estiveram em exposições em Londres, Paris, Miami e Milão, pinturas inéditas inspiradas na literatura indigenista e na própria Kena Marubo estarão na Residência Artística.
Instalação Multi Arte: Tecidos Recicláveis em Eco-Narrativas
A arte têxtil convida o público a uma imersão na natureza através da moda sustentável e artesanato. Tecidos reciclados e macramê se unem para criar dois cenários interligados: uma árvore majestosa em meio à floresta e uma cachoeira que flui com leveza. A instalação busca despertar a consciência ambiental e celebrar a beleza da natureza, mostrando como a arte pode ser um instrumento de transformação e reconexão com o planeta.
Maria Goretti da Silva éArtista Têxtil, Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela PUCC, com pós-graduação em Gestão do Design de Moda pelo SENAI e Master Design pelo IED, Instituto Europeu de Design, Docente nas disciplinas Modelagem e Técnicas de Produção do curso superior de Design de Moda por 15 anos.
Fabiana Vieira é Artista Têxtil em Macramê, produtora, organizadora de eventos, cineasta, gerente de projetos e coordenadora da Residência Criativa.
Sessões de fotos, vídeos e pintura corporal (jenipapo ou urucum) com Kena Marubo:
Além de cenários da natureza local, a Residência Artística também será palco para fotos e pintura corporal da Cultura Marubo e de interpretação de personagens indígenas do folclore e da literatura brasileira, como a Sereia Iara, a guerreira Obirici e o sacrifício de Lindóia (da obra de Basílio da Gama).
Vivência Sereística e Musical, com a Sereia Luthien
Bióloga, ativista ambiental e cantora, Camila Postal e seu alter-ego (ou será este o seu verdadeiro eu?) Sereia Lúthien a todos encanta com suas performances musicais e sua mensagem pela preservação da Natureza.
A Sereia Cantora
O público presente terá a oportunidade de vestir uma cauda de sereia (simples de colocar, como um avental) pintada pelo artista Henrique Vieira Filho como momento “instagramável” do evento ou, mediante combinação prévia, até mesmo vestir uma cauda profissional, sob a supervisão da Sereia Lúthien.
Natureza Urbana: Dança e Cultura Pop Florescem no Campo
Apresentações artísticas que celebram a fusão entre a cultura urbana e a natureza ancestral.
Música, dança e teatro de estilos urbanos e modernos, se entrelaçam com a beleza da paisagem natural, criando um diálogo entre o contemporâneo e o ancestral.
As pinturas de Henrique Vieira Filho, que exploram a relação entre o pop e a natureza, complementam a experiência, convidando o público a refletir sobre a coexistência harmoniosa entre o urbano e o rural.
Neste artigo, Henrique Vieira Filho apresenta curiosidades sobre o telefone, desde a participação de D. Pedro II na divulgação do invento, até os preços astronômicos praticados há algumas décadas e dados históricos de sua implantação em Serra Negra. Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6345, de 10/03/2023
De Pedro II, Graham Bell e Lady Gaga ao telefone – Ilustração: Henrique Vieira Filho
Foi isso que D. Pedro II exclamou quando Graham Bell o apresentou. Mesmo no presente, muita gente não vive sem ele, tanto que uma certa “lady” fica gaga ao cantar “Telephone”. Hoje, 10 de março, é comemorado o seu dia, data em que foi patenteado, em 1876.
Sebastião P. Cunha, em seu livro “Serra Negra – Seu Povo, Suas Epopéias” nos conta que a cidade teve sua primeira rede telefônica, em 1907, ano da fundação do jornal “O Serrano”.
Já o “Alcebíades disse… e a história confirma” (Gráfica Foca – 2012) que, em março de 1965, este jornal publicou o artigo “Um sonho que se transforma em realidade”, reportando que a STEL – Sociedade Telefônica da Estância Ltda. disponibilizaria um grande avanço: 400 telefones automáticos (antes, as ligações precisavam passar por uma telefonista)! E pela bagatela mensal de 10 mil cruzeiros (equivalente a uns R$ 210,00 atuais).
Por sinal, durante décadas o custo de uma linha telefônica era tão elevado que tinha que ser declarado no imposto de renda como “patrimônio”! Nos anos 70, para ter uma linha, precisaria desembolsar o equivalente a R$ 30 mil atuais. Os avanços tecnológicos dos anos 80, somado à privatização da telefonia (antes, era monopólio do governo) fez despencar para cerca de uns R$ 100,00, já em 1998.
De lá para cá, ainda mais com a implantação da telefonia móvel (celulares), cuja infraestrutura dispensa a instalação de quilômetros de fios interligando os pontos, está cada vez mais acessível e relativamente barato, conectar as pessoas.
Os telefones fixos caíram em desuso (exceto, aqui na nossa região…) e os celulares se tornaram onipresentes e multitarefas: neles, você acessa a internet, escreve, faz contas, assiste televisão, ouve rádio, mapeia suas rotas (GPS), organiza sua agenda, paga suas contas, fotografa, filma, compra, vende… Enfim, são tantos recursos integrados, tantas utilidades que a gente nem lembra mais que ainda existe ainda uma outra finalidade: telefonar!
Neste Dia Internacional das Mulheres, Henrique Vieira Filho nos conta, em seu artigo para o Jornal O Serrano, algumas divertidas histórias transcorridas por ele ter estudado e trabalhado em grupos majoritariamente femininos.
Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6395, de 08/03/2024
Nascido da gíria dos anos 70 (“se manca, bicho!”) esse poderoso remédio que tanta falta faz a nós, homens, é muito lembrado na data de hoje: Dia Da Mulher.
Até mesmo quando buscamos apoiar, como é o caso do movimento que faço parte, o “He For She” (Eles Por Elas), corremos um sério risco de cometer um lapso e desagradar.
Com raras exceções, nunca me dei bem com homens; sempre preferi e ainda prefiro a companhia feminina.
Fora a minha mãe (Freud explica…), me relaciono bem com todas.
Na época da escola eram três meninos dentre quarenta garotas, as quais até me concediam alguns privilégios extra oficiais, como por exemplo, usar o banheiro feminino que ficava ao lado da sala (o masculino ficava do outro lado do prédio).
E ai de mim quando paquerava alguém de outra classe! Dentre as várias e hilárias sabotagens que elas aprontaram, lembro bem de duas.
Certa feita, enquanto acariciava meu tórax, uma amiga perguntou se, realmente, eu marquei encontro com determinada aluna da outra classe, o que confirmei, resultando no seguinte diálogo: “_ E como você vai explicar para ela? _ Explicar o quê? _ Este baita arranhão no seu peito!” E só ouvi um som de rasgo da pele e a sensação do sangue escorrendo…
Outra ocasião, nova tentativa de marcar encontro e eis que noto as colegas de sala dando início a mais um plano maquiavélico. A primeira delas se aproxima, com a seguinte fala: “_Oi, amor! Tudo certo para esta sexta-feira, não é? Te amo!”. Nem um minuto se passou e veio a segunda: “_Nosso encontro de sábado está mais do que combinado, nem pense em dar “bolo!”. Alguns segundos depois, a terceira deu o tiro de misericórdia: “_Confirmado: domingo meus pais irão sair e teremos o apartamento só para nós!”…
Até na vida adulta, o feminino sempre foi maioria na minha vida: 90% ou mais dentre Terapeutas são mulheres (inclusive, a clientela) e, no mundo das Artes, a porcentagem se mantém.
E, justificando o título de hoje, conto mais o seguinte “causo”: após centenas de atendimentos gratuitos em um mesmo dia, as Terapeutas se reuniram à noite para relaxar com uma linda dança circular, cantos e arteterapia.
No dia seguinte, um colega Psicanalista mostrou-se magoado por não ter sido convidado. Elas explicaram que não podiam, pois era “só para mulheres”, o que ele retrucou: “_Mas, eu vi vocês convidarem o Henrique! _Sim, pois nós sabemos que ele usa “semancol”.
Dança do Dia Das Mulheres – Artista: Henrique Vieira Filho
Esta sarcástica crônica de Henrique Vieira Filho traça um paralelo irônico entre os pedágios modernos e sua origem na Babilônia de Nabucodonosor, passando pela Idade Média, o Brasil colonial e até mesmo figuras lendárias como Robin Hood. Com humor ácido, o texto critica a proliferação de pedágios no Circuito das Águas Paulista, onde visitar cidades vizinhas corre o risco de virar uma experiência paga.
Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6443 de 07/03/2025
Ah, o pedágio! Essa instituição milenar que nos acompanha desde os tempos em que a Babilônia era o centro do universo conhecido. Há mais de quatro milênios, os babilônios, com sua visão de negócios à frente de seu tempo, já haviam percebido que cobrar uma taxinha para quem quisesse usar suas estradas era uma excelente forma de encher os cofres reais. Afinal, quem ousaria discordar do rei Nabucodonosor quando ele exigisse uns trocados para deixar você passar com sua caravana de especiarias?
E não pense que a ideia se perdeu no tempo! Na Idade Média, os senhores feudais, sempre sedentos por mais ouro, logo perceberam que podiam fazer o mesmo. Cobravam pedágio para cruzar pontes, estradas e até mesmo para entrar em suas terras. Era uma festa para os coletores de impostos e um pesadelo para os viajantes.
No Brasil do século XVIII, a Rota dos Tropeiros (coincidente, em parte, com a atual Rodovia Régis Bittencourt) era um verdadeiro festival de pedágios. Os tropeiros, coitados, deviam carregar um mapa com todos os postos de cobrança para não serem pegos de surpresa! Há quem diga que era para uma boa causa: a reconstrução de Lisboa, após o terremoto de 1755. Bom, ao menos tinham uma justificativa elegante.
Na ficção, Robin Hood “cobrava” dos ricos que passavam pela floresta para dar aos pobres. Na vida real, conheci algo similar aplicado em uma passarela para pedestres sobre a Via Dutra: também eram foras-da-lei, só que tiravam dos pobres e davam para si mesmos…
E agora, meus amigos, chegamos ao ápice da tragicomédia: no Circuito das Águas Paulista, os governantes, em sua infinita sabedoria, decidiram que a melhor forma de unir as cidades é… cobrando pedágio entre elas! Afinal, nada como pagar para visitar o vizinho, não é mesmo?
Imagina só: você quer tomar um café em Serra Negra, mas antes precisa passar por um pedágio. Quer dar um pulinho em Águas de Lindóia para relaxar nas termas? Prepare o bolso! É pedágio na certa. E assim, vamos transformando o Circuito das Águas em um verdadeiro “Circuito dos Pedágios”.
Dizem que viajar abre a mente, mas com esse tanto de pedágio, o único que se abre mesmo é o porta-luvas – para procurar as moedas que sobraram do último troco…
Arte: 4000 Anos de Pedágios – Ilustração: Henrique Vieira Filho