A Festa das Artes e da Natureza

A crônica de Henrique Vieira Filho convida o público para a celebração de um ano da Residência Artística do Circuito das Águas, em Serra Negra, nos dias 21 e 22 de março.
O evento multiartístico, construído sem verba pública, destaca a união da cultura indígena com a moda sustentável, a sereia cantora com a dança urbana, e as pinturas com a natureza.
A celebração inclui o Dia Mundial da Água e o Dia Mundial Sem Carne, com exposições, cinema, literatura, artesanato e teatro, convidando o público a compartilhar um piquenique cultural.

Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6444 de 14/03/2025

Preparem seus corações e suas câmeras, porque a Residência Artística do Circuito das Águas vai explodir em cores e sons nos dias 21 e 22 de março!

É aniversário de um ano da inauguração da sede própria, minha gente! Foi construída com muito trabalho, nenhuma verba pública e um enorme amor pela Cultura, abraçando todos os talentos artísticos da região e além! 

E o evento promete ser daquelas que a gente conta para os netos (ou para os seguidores, das redes sociais, no caso dos mais jovens).

Imagine um lugar onde a cultura indígena encontra a moda sustentável, onde a sereia cantora divide o palco com a dança urbana e a cultura POP, onde as pinturas saltam das telas para abraçar a natureza. 

Pois é, esse lugar existe e se chama Residência Artística, aqui em Serra Negra! E neste aniversário, o evento será ainda mais especial, pois celebraremos também o Dia Mundial da Água e o Dia Mundial Sem Carne, mostrando que a arte e a sustentabilidade podem caminhar juntas.

Kena Marubo, essa força da natureza em forma de gente, vai estar lá, com pintura corporal e artesanatos, mostrando a riqueza do povo Marubo. 

E a Sereia Lúthien? Ah, essa vai te hipnotizar com a voz e te fazer acreditar em sereias de verdade, ainda mais que estaremos no Dia Mundial da Água! Prepare-se para um espetáculo de sereismo que vai te transportar para um mundo mágico, onde a música e a natureza se unem em perfeita harmonia.

E não para por aí! Exposições de arte, dança, cinema, literatura, artesanato, teatro… Ufa! É tanta coisa boa que a gente até se perde!

As paredes da Residência Artística se transformarão em galerias de arte, com obras que celebram a diversidade cultural e a beleza da natureza. 

O salão será tomado por apresentações de dança urbana, teatro contemporâneo e música pop, mostrando que a cultura urbana e a natureza podem coexistir em perfeita harmonia. 

E os amantes da sétima arte poderão se deliciar com a exibição de curtas-metragens que retratam a cultura local e a importância da preservação ambiental.

E, para completar, uma colaboração especial: traga um petisco vegetariano para compartilhar e celebrar a vida em grande estilo! Afinal, também estaremos celebrando o Dia Mundial Sem Carne! A Residência Artística se transformará em um grande sarau, um piquenique cultural, onde a comida e a arte se unem em um banquete para os sentidos.

Então, já sabe: nos dias 21 e 22 de março, a Residência Artística te espera de braços abertos. Venha celebrar a arte, a natureza e a vida! Prepare-se para um fim de semana inesquecível, onde a cultura, a sustentabilidade e a alegria se encontram em um só lugar!

Para saber os horários, programação e como chegar, acesse https://henriquevieirafilho.com.br/2025/03/12/celebracao-re-arte-evento-multiartistico-gratuito/

Celebração Re-Arte: Evento MultiArtístico Gratuito

A Sociedade Das Artes convida para o
Evento MultiArte de Aniversário (01 ano) da
Residência Artística do Circuito Das Águas

21/03/2025 Dia Mundial Sem Carne – das 18h30 às 21h30
22/03/2025Dia Mundial Da Água – das 13h00 às 18h00

Local:
Rua São Vicente de Paula, 108 – Serra Negra / SP
Google Maps: https://maps.app.goo.gl/rfsX3isTFoSZZKGT8

Entrada Franca – Censura Livre
Colaboração:
uma guloseima vegetariana para compartilhar
RSVPWhatsapp: +55 11 982946468

Exposição de Artes, Mostra Artesanal, Sereismo, Cultura Indígena,
Literatura, Dança, Música e Natureza!




A Residência Artística



Residência Artística do Circuito Das Águas Paulista – Serra Negra / SP
Sediada na bucólica estância turística de Serra Negra / SP, tem como um de seus objetivos assessorar talentos artísticos em seus processos criativos e, paralelamente, desenvolver produtos e serviços que sirvam de renda alternativa para pequenos artesãos e artistas expoentes.

Clique aqui para acessar o portfólio com as principais ações culturais da Residência Artística!
Um espaço dedicado à criatividade, à inspiração e à conexão com a natureza

Boas Vindas À Residência Artística

É com imensa alegria que convidamos vocês para Comemorar A Residência Artística do Circuito das Águas, um espaço dedicado à criatividade, à inspiração e à conexão com a natureza, que completa um ano de grande repercussão. .
Este evento tão especial será ainda mais significativo, pois coincide com a celebração do Dia Mundial da Água e do Dia Mundial Sem Carne
Neste dia único, convidamos cada um de vocês a se juntar a nós trazendo um petisco vegetariano (se for vegano, melhor ainda!) para compartilhar. Ao fazê-lo, não só estaremos honrando a arte e a natureza, mas também demonstrando nossa abertura para opções alimentares conscientes que promovem a saúde do planeta.
Além de desfrutar de boa companhia, teremos Sessões de Cinema, Mostra de Artesanato, Música, Dança, Performances Teatrais, Exposição de Artes, Instalação de Moda Sustentável, bate-papo sobre Literatura, Vivências Com Sereia, Cultura Indígena, (com a presença de Kena Marubo – ativista, modelo, artesã, uma das principais vozes das causas ancestrais), Sessões de Fotos e Pintura Corporal, além de conversas inspiradoras sobre arte, sustentabilidade e refletir sobre como podemos contribuir para um mundo mais criativo, saudável e equilibrado. 
E, claro, muitas imagens “instagramáveis”, pois, redes sociais também podem e devem atuar a serviço do bem!
Recebam as boas vindas a este momento de celebração, arte e consciência ambiental.

Com entusiasmo e gratidão,

Henrique Vieira Filho e Fabiana Vieira
Agentes Culturais


Serra Negra no Cinema: A Iara e o Saci Circulam Pelos Campos

1a Sessão: Dia 21/03 – das 18h30 às 19h30
2a Sessão: Dia 22/03 – das 13hs às 14hs

O Projeto “Serra Negra no Cinema: A Iara e o Saci Circulam Pelos Campos” propõe que dois importantes documentários curtas-metragens integralmente produzidos e focados em Serra Negra sejam exibidos no formato Cinema  Itinerante,.

Com versões em português brasileiro, Libras, legendas descritivas e com audiodescrição, os documentários Iara – Guardiã de Nossas Águas e Cid Serra Negra – 100 Anos do Artista Que Levou o Saci para a Igreja fizeram sua estréia em 2024 e já concorrem no Festival de Curtas-Metragens em Cannes (Cannes Indie Shorts Awards).

Ambos os filmes já conquistaram seus respectivos CPB –  Certificados de Produtos Brasileiros emitidos pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), que é requisito legal para a exibição pública de obras audiovisuais, estando habilitadas a participar de festivais, receber incentivos fiscais e ser exibidos nos mais diversos meios de reprodução.

Sessão extra: Web Série Só Acredito Vendo, original da CultMente Produções.

Evento Inclusivo:
Acessibilidade: Assentos preferenciais para a 3a idade
Equidade: além da sessão para público geral, serão disponibilizadas também edições com audiodescrição, em Libras e legendas descritivas

Observação: ambiente COM escadas

Dirigido por Henrique Vieira Filho e produzido por Fabiana Vieira (Sociedade Das Artes) de forma lúdica e poética, este curta-metragem (23 minutos)  defende a natureza, entremeando depoimentos de especialistas com um espetáculo de sereismo, onde a Sereia Lúthien canta e a Companhia de Dança Talento executa coreografias.
https://youtu.be/0qMM9DkGhWM
Produzido por Fabiana Vieira e dirigido por Henrique Vieira Filho, este curta-metragem (18 minutos) conta, de forma poética, com muitas imagens, músicas e animações computadorizadas, a trajetória do grande pintor naif, Cid de Abreu, mais conhecido como Cid Serra Negra.
https://youtu.be/JrQwqzRejzY?feature=shared
Convidado especial:
Websérie original do CultMente Produções, Só Acredito Vendo acompanha um jornalista em sua busca por provar- ou não-, que é possível se manter ativo na terceira idade.
https://youtube.com/playlist?list=PLZCxQ5u4eWMUR_MAjQ0HopobHC1Oj3i1r&si=Wk7d-0RzNxzQMZDC

Clube de Leitura: “Ideias Para Adiar O Fim Do Mundo”

Dia 21/03 – 19h30 às 21h30

Bate-papo descontraído sobre a obra “Ideias para adiar o fim do mundo”. 

Ailton Krenak, ativista, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro, primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, em seu livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, questiona a visão dominante da sociedade sobre a natureza e propõe uma nova forma de relação com o planeta

Com destaque para a presença de Bruno Marcelo (indígenas Guaianazes) e Kena Marubo

    Kena Marubo é ativista indígena, artesã e modelo brasileira, membro do povo Marubo, originário da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas.  Ela utiliza sua visibilidade para promover a cultura indígena e defender os direitos dos povos originários.     Além de seu trabalho como modelo, Kena é uma talentosa artesã, produzindo peças que refletem a rica tradição de seu povo. Ela também se dedica à divulgação da cultura Marubo através de suas redes sociais, onde compartilha informações sobre sua história, costumes e tradições.     Kena Marubo é uma voz importante na luta pela preservação da cultura indígena e pela defesa do meio ambiente.

Cores da Nossa Terra: Celebrando a Diversidade Artística

Dia 22/03 das 14hs às 18hs

Um espetáculo multiartístico que une os Projetos “Do Rural Ao Urbano – A Diversidade Das Artes De Serra Negra” e “Serra Negra: Um Passeio pelas Cores do Mundo” apresentando exposição de artes plásticas, literatura, música, dança, performance teatral e cultura indígena.

  • A exposição de artes plásticas, a mostra artesanal e a instalação de moda sustentável permanecem abertas à visitação durante todo o período da tarde.
  • A sessão de cinema com os curtas-metragens acontece das 13 às 14hs.
  • Por sua vez, as apresentações artísticas se alternam e interagem entre si e com o público, sem uma ordem rígida previamente definida, transcorrendo das 14 até 18h00.

Mostra “Mãos que Criam”

A Mostra é parte do Projeto “Cultura Popular e Artesanal de Serra Negra: Valorizando os Mestres Artesãos e Cultivando Novos Talentos”, que tem como objetivo principal valorizar e preservar a rica cultura popular e artesanal.

Paralelamente, transcorrerá um bate-papo com os artistas que contam suas experiências e estratégias para a valorização do artesanato .


Exposição de Artes Plásticas:
Do Rural Ao Urbano – A Diversidade Das Artes De Serra Negra

    Henrique Vieira Filho é um artista plástico multifacetado, com um estilo que transita entre o surrealismo figurativo e a arte contemporânea. Sua obra é marcada pela forte presença de elementos da natureza, do folclore brasileiro e das mais variadas mitologias, explorando temas como a ancestralidade, a espiritualidade e a relação entre o ser humano e o meio ambiente.

Kena Marubo

A Escolha de Lindóia
    Além de obras que já estiveram em exposições em Londres, Paris, Miami e Milão, pinturas inéditas inspiradas na literatura indigenista e na própria Kena Marubo estarão na Residência Artística.

Instalação Multi Arte: Tecidos Recicláveis em Eco-Narrativas

A arte têxtil convida o público a uma imersão na natureza através da moda sustentável e artesanato.
Tecidos reciclados e macramê se unem para criar dois cenários interligados: uma árvore majestosa em meio à floresta e uma cachoeira que flui com leveza. 
A instalação busca despertar a consciência ambiental e celebrar a beleza da natureza, mostrando como a arte pode ser um instrumento de transformação e reconexão com o planeta.
Maria Goretti da Silva éArtista Têxtil, Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela PUCC, com pós-graduação em Gestão do Design de Moda pelo SENAI e Master Design pelo IED, Instituto Europeu de Design, Docente nas disciplinas Modelagem e Técnicas de Produção do curso superior de Design de Moda por 15 anos.
Fabiana Vieira é Artista Têxtil em Macramê, produtora, organizadora de eventos, cineasta, gerente de projetos e coordenadora da Residência Criativa.

Sessões de fotos, vídeos e pintura corporal (jenipapo ou urucum) com Kena Marubo:

Além de cenários da natureza local, a Residência Artística também será palco para fotos e pintura corporal da Cultura Marubo e de interpretação de personagens indígenas do folclore e da literatura brasileira, como a Sereia Iara, a guerreira Obirici e o sacrifício de Lindóia (da obra de Basílio da Gama).


Vivência Sereística e Musical, com a Sereia Luthien

Bióloga, ativista ambiental e cantora, Camila Postal e seu alter-ego (ou será este o seu verdadeiro eu?) Sereia Lúthien a todos encanta com suas performances musicais e sua mensagem pela preservação da Natureza.


A Sereia Cantora

O público presente terá a oportunidade de vestir uma cauda de sereia (simples de colocar, como um avental) pintada pelo artista Henrique Vieira Filho como momento “instagramável” do evento ou, mediante combinação prévia, até mesmo vestir uma cauda profissional, sob a supervisão da Sereia Lúthien. 


Natureza Urbana: Dança e Cultura Pop Florescem no Campo

Apresentações artísticas que celebram a fusão entre a cultura urbana e a natureza ancestral. 

Música, dança e teatro de estilos urbanos e modernos, se entrelaçam com a beleza da paisagem natural, criando um diálogo entre o contemporâneo e o ancestral. 

As pinturas de Henrique Vieira Filho, que exploram a relação entre o pop e a natureza, complementam a experiência, convidando o público a refletir sobre a coexistência harmoniosa entre o urbano e o rural.


Dança Urbana
Ane KG Gomes

Teatro
Kauã Gabriel

Cultura Pop
Igor Mota Marques

Pinturas de
Henrique Vieira Filho

Meu Deus, Isto Fala!

Neste artigo, Henrique Vieira Filho apresenta curiosidades sobre o telefone, desde a participação de D. Pedro II na divulgação do invento, até os preços astronômicos praticados há algumas décadas e dados históricos de sua implantação em Serra Negra.
Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6345, de 10/03/2023


De Pedro II, Graham Bell e Lady Gaga ao telefone - Ilustração: Henrique Vieira Filho
De Pedro II, Graham Bell e Lady Gaga ao telefone – Ilustração: Henrique Vieira Filho

Foi isso que D. Pedro II exclamou quando Graham Bell o apresentou. Mesmo no presente, muita gente não vive sem ele, tanto que uma certa “lady” fica gaga ao cantar “Telephone”. Hoje, 10 de março, é comemorado o seu dia, data em que foi patenteado, em 1876.

Sebastião P. Cunha, em seu livro “Serra Negra – Seu Povo, Suas Epopéias” nos conta que a cidade teve sua primeira rede telefônica, em 1907, ano da fundação do jornal “O Serrano”.

Já o “Alcebíades disse… e a história confirma” (Gráfica Foca – 2012) que, em março de 1965, este jornal publicou o artigo “Um sonho que se transforma em realidade”, reportando que a STEL – Sociedade Telefônica da Estância Ltda. disponibilizaria um grande avanço: 400 telefones automáticos (antes, as ligações precisavam passar por uma telefonista)! E pela bagatela mensal de 10 mil cruzeiros (equivalente a uns R$ 210,00 atuais).

Por sinal, durante décadas o custo de uma linha telefônica era tão elevado que tinha que ser declarado no imposto de renda como “patrimônio”! Nos anos 70, para ter uma linha, precisaria desembolsar o equivalente a R$ 30 mil atuais. Os avanços tecnológicos dos anos 80, somado à privatização da telefonia (antes, era monopólio do governo) fez despencar para cerca de uns R$ 100,00, já em 1998.

De lá para cá, ainda mais com a implantação da telefonia móvel (celulares), cuja infraestrutura dispensa a instalação de quilômetros de fios interligando os pontos, está cada vez mais acessível e relativamente barato, conectar as pessoas.

Os telefones fixos caíram em desuso (exceto, aqui na nossa região…) e os celulares se tornaram onipresentes e multitarefas: neles, você acessa a internet, escreve, faz contas, assiste televisão, ouve rádio, mapeia suas rotas (GPS), organiza sua agenda, paga suas contas, fotografa, filma, compra, vende… Enfim, são tantos recursos integrados, tantas utilidades que a gente nem lembra mais que ainda existe ainda uma outra finalidade: telefonar!

Chá de Semancol

Neste Dia Internacional das Mulheres, Henrique Vieira Filho nos conta, em seu artigo para o Jornal O Serrano, algumas divertidas histórias transcorridas por ele ter estudado e trabalhado em grupos majoritariamente femininos.

Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6395, de 08/03/2024


Nascido da gíria dos anos 70 (“se manca, bicho!”) esse poderoso remédio que tanta falta faz a nós, homens, é muito lembrado na data de hoje: Dia Da Mulher.

Até mesmo quando buscamos apoiar, como é o caso do movimento que faço parte, o “He For She” (Eles Por Elas), corremos um sério risco de cometer um lapso e desagradar.

Com raras exceções, nunca me dei bem com homens; sempre preferi e ainda prefiro a companhia feminina. 

Fora a minha mãe (Freud explica…), me relaciono bem com todas. 

Na época da escola eram três meninos dentre quarenta garotas, as quais até me concediam alguns privilégios extra oficiais, como por exemplo, usar o banheiro feminino que ficava ao lado da sala (o masculino ficava do outro lado do prédio). 

E ai de mim quando paquerava alguém de outra classe! Dentre as várias e hilárias sabotagens que elas aprontaram, lembro bem de duas.

Certa feita, enquanto acariciava meu tórax, uma amiga perguntou se, realmente, eu marquei encontro com determinada aluna da outra classe, o que confirmei, resultando no seguinte diálogo:
“_ E como você vai explicar para ela? _ Explicar o quê? _ Este baita arranhão no seu peito!” E só ouvi um som de rasgo da pele e a sensação do sangue escorrendo… 

Outra ocasião, nova tentativa de marcar encontro e eis que noto as colegas de sala dando início a mais um plano maquiavélico. A primeira delas se aproxima, com a seguinte fala: “_Oi, amor! Tudo certo para esta sexta-feira, não é? Te amo!”. Nem um minuto se passou e veio a segunda: “_Nosso encontro de sábado está mais do que combinado, nem pense em dar “bolo!”. Alguns segundos depois, a terceira deu o tiro de misericórdia: “_Confirmado: domingo meus pais irão sair e teremos o apartamento só para nós!”…

Até na vida adulta, o feminino sempre foi maioria na minha vida: 90% ou mais dentre Terapeutas são mulheres (inclusive, a clientela) e, no mundo das Artes, a porcentagem se mantém.

E, justificando o título de hoje, conto mais o seguinte “causo”: após centenas de atendimentos gratuitos em um mesmo dia, as Terapeutas se reuniram à noite para relaxar com uma linda dança circular, cantos e arteterapia.

No dia seguinte, um colega Psicanalista mostrou-se magoado por não ter sido convidado. Elas explicaram que não podiam, pois era “só para mulheres”, o que ele retrucou: “_Mas, eu vi vocês convidarem o Henrique! _Sim, pois nós sabemos que ele usa “semancol”.


Dança do Dia Das Mulheres – Artista: Henrique Vieira Filho

O Circuito dos Pedágios: Um Tributo a Nabucodonosor

Esta sarcástica crônica de Henrique Vieira Filho traça um paralelo irônico entre os pedágios modernos e sua origem na Babilônia de Nabucodonosor, passando pela Idade Média, o Brasil colonial e até mesmo figuras lendárias como Robin Hood.
Com humor ácido, o texto critica a proliferação de pedágios no Circuito das Águas Paulista, onde visitar cidades vizinhas corre o risco de virar uma experiência paga.

Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6443 de 07/03/2025


Ah, o pedágio! Essa instituição milenar que nos acompanha desde os tempos em que a Babilônia era o centro do universo conhecido. Há mais de quatro milênios, os babilônios, com sua visão de negócios à frente de seu tempo, já haviam percebido que cobrar uma taxinha para quem quisesse usar suas estradas era uma excelente forma de encher os cofres reais. Afinal, quem ousaria discordar do rei Nabucodonosor quando ele exigisse uns trocados para deixar você passar com sua caravana de especiarias?

E não pense que a ideia se perdeu no tempo! Na Idade Média, os senhores feudais, sempre sedentos por mais ouro, logo perceberam que podiam fazer o mesmo. Cobravam pedágio para cruzar pontes, estradas e até mesmo para entrar em suas terras. Era uma festa para os coletores de impostos e um pesadelo para os viajantes.

No Brasil do século XVIII, a Rota dos Tropeiros (coincidente, em parte, com a atual Rodovia Régis Bittencourt) era um verdadeiro festival de pedágios. Os tropeiros, coitados, deviam carregar um mapa com todos os postos de cobrança para não serem pegos de surpresa! Há quem diga que era para uma boa causa: a reconstrução de Lisboa, após o terremoto de 1755. Bom, ao menos tinham uma justificativa elegante.

Na ficção, Robin Hood “cobrava” dos ricos que passavam pela floresta para dar aos pobres. Na vida real, conheci algo similar aplicado em uma passarela para pedestres sobre a Via Dutra: também eram foras-da-lei, só que tiravam dos pobres e davam para si mesmos…

E agora, meus amigos, chegamos ao ápice da tragicomédia: no Circuito das Águas Paulista, os governantes, em sua infinita sabedoria, decidiram que a melhor forma de unir as cidades é… cobrando pedágio entre elas! Afinal, nada como pagar para visitar o vizinho, não é mesmo?

Imagina só: você quer tomar um café em Serra Negra, mas antes precisa passar por um pedágio. Quer dar um pulinho em Águas de Lindóia para relaxar nas termas? Prepare o bolso! É pedágio na certa. E assim, vamos transformando o Circuito das Águas em um verdadeiro “Circuito dos Pedágios”.

Dizem que viajar abre a mente, mas com esse tanto de pedágio, o único que se abre mesmo é o porta-luvas – para procurar as moedas que sobraram do último troco…

Arte: 4000 Anos de Pedágios – Ilustração: Henrique Vieira Filho

Mês de Ma(r)ia

Neste artigo para o Jornal O SERRANO, Henrique Vieira Filho nos traz as semelhanças entre a mitologia da deusa grega-romana Maia e Maria do Cristianismo, sendo a origem do nome do mês de maio, além de como a folga no Dia das Mães foi uma das primeiras vitórias operárias, predecessoras do 1o de Maio.

Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6352, de 28/04/2023 

Maia é uma divindade da mitologia grega-romana associada à maternidade, aos partos, à fertilidade e à flora, comumente cultuada na Primavera, razão pela qual o calendário dedica um mês desta estação em sua homenagem.

Uma das versões atribuídas à origem do nome do mês de Maio é devido a esta deusa, já que que ainda é período primaveril na Europa.

Inclusive, vem de seu nome o termo “maiêutica”, que, na medicina, é sinônimo de “obstetrícia” e, na filosofia de Sócrates, “parir ideias”, termo inspirado em sua mãe, que, assim como Maia, era parteira.

Em mais de 40 línguas, desde as de origem europeia, até as asiáticas, chamamos as genitoras com palavras iniciadas com som de “ma”!

Com o crescimento do Cristianismo, o povo sincretizou os atributos de Maia aos de Maria / Miriam, nome que tanto em sua origem aramaica, quanto em hebraico, significa “senhora soberana”.

Maia e Maria, ambas com o atributo da virgindade, engravidam de Zeus e Deus/Espírito Santo, sendo incluídas no panteão de símbolos que compõem o arquétipo universal da “Grande Mãe”. 

No Século 19, a Igreja Romana oficializou o “Mês Mariano”, em que as paróquias mantém oração diária do terço e celebram a “Coroação de Maio”, em homenagem a Maria por aceitar sua missão como “mãe divina”: crianças vestidas de anjo colocam véu, palma, rosário e coroa em sua estátua, jogando pétalas ao terminar.

Muitos consideram como sendo o “Mês das Noivas”, por associarem ideais de pureza e virgindade divinais aos “pré-requisitos” (que horror!) para quem quer casar.

Não por acaso, o Dia Das Mães também é celebrado neste mês, data revitalizada pela ativista americana Anna Jarvis, no início do Século 20, em prol das mães trabalhadoras. Extrapolando ainda mais, até o Dia Do Trabalho (óbvio, além de ser a data da morte dos trabalhadores americanos que reivindicavam jornadas menores) é no mês materno, já que, no Século 17, na Inglaterra, o “Mothering Day” conquistou o direito aos operários de ter esse dia de folga para visitar suas mães.

Enfim, de todos os ângulos, o mês de maio é de exaltação ao instinto feminino de proteger e amar. E o mundo, tão carente destes cuidados, agradece!


Deusa Mãe - Arte: Henrique Vieira Filho
Deusa Mãe – Goddess Maia – Arte: Henrique Vieira Filho

Pré Lancamento do Livro “101 Crônicas De Serra Negra”

Clique e acesse a versão e-book / online

Sinopse

Em sua coluna semanal no Jornal O Serrano, Henrique Vieira Filho aborda os mais variados temas, em especial, curiosidades históricas, eventos culturais e até divertidos “causos”.

Sua formação em sociologia e psicanálise, bem como sua atuação como artista visual e jornalista nos traz uma perspectiva única e vasta, a tal ponto que o autor ironiza ser um “especialista em assuntos aleatórios”.

Este Volume I do livro nos traz as mais destacadas crônicas, selecionadas dentre os cento e um de seus primeiros artigos impressos.

Todas de breve leitura, que certamente nos fazem sorrir, refletir e continuar a ler até completar o livro, já desejando o lançamento das próximas cem novas matérias. 

Introdução

Tem sido uma honra colaborar com o Jornal O Serrano, uma das raras mídias a conseguir manter a tradição das edições impressas.

Nada contra as versões digitais. pelo contrário: aqui, em cada capítulo, há um QR Code de acesso à contrapartida online, que acrescenta ilustrações coloridas, vídeos e leitura por áudio, em respeito às premissas de acessibilidade que norteiam os editais da Lei Paulo Gustavo, que propiciou esta edição, como contrapartida do Projeto “Circuito Literário de Serra Negra”.

Ainda que o título “marketeie” cento e uma crônicas, se todas fossem incluídas de uma só vez, inviabilizaria a impressão. 

A solução adotada foi subdividir em volumes, cada qual brindando o leitor com uma coletânea selecionada, preferencialmente, pela ordem cronológica do jornal.

Como autor mais acostumado a escrever livros de caráter técnico sobre Terapia e Arte, tem sido prazerosa e desafiadora a oportunidade de exercitar textos com nuances bem humoradas e recheados de curiosidades.

Sendo fã de efemérides, mitologia e etimologia, procuro, sempre que possível, incluir fatos históricos e lendários relacionados ao tema da semana.

Também fiz questão de abordar os eventos artísticos de nossa região, destacando sua importância social e econômica, especialmente em relação ao turismo, setor este tão relevante ao Circuito das Águas Paulista.

Enfim, eis aqui, uma sequência de crônicas com atualidades, “causos” reais, ficção e curiosos assuntos aleatórios!

Desejo a todos uma divertida e agradável leitura!

Henrique Vieira Filho 

101 Crônicas De Serra Negra
Henrique Vieira Filho

1ª edição – Volume I – 2024
© Sociedade Das Artes

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha Catalográfica
V658c Vieira Filho, Henrique
101 Crônicas De Serra Negra / Volume I / Henrique Vieira Filho: Sociedade Das Artes, 2024,120 p;
ISBN: 978-65-00-99029-4
1.Crônica 2.Literatura 3.Jornalismo 4.História. 5 Efemérides
I. Título. II. Autor.
  CDD: B869.8
CDU: 83.81

Um Beijo Para O Gordo

Em colaboração para o Jornal O SERRANO, Henrique Vieira Filho aborda Jô Soares antes de seu consagrado talkshow, com seus mais de 200 personagens humorísticos e da comédia televisiva Família Trapo, cujo molde é repetido até nossos dias: “A Grande Família”, “Sai De Baixo”, “Toma Lá, Dá Cá”, “Vai Que Cola” são bons exemplos.

Publicado resumido no Jornal O Serrano, Nº 6317, de 12/08/2022

Muitos conhecem Jô Soares por seu pioneiro (no Brasil), muito imitado e jamais equiparado, programa de entrevistas.

Ser entrevistado por ele era uma honra e sou feliz por ter sido um dos que compartilharam o palco com ele.

O que os mais jovens perderam de conhecer foi outra de suas grandes habilidades, no tempo em que os humoristas eram atores, redatores e até cantores, estando em pé de igualdade com Chico Anysio no quesito de qualidade e quantidade.

Jô interpretou mais de 200 personagens e popularizou uma infinidade de bordões.  Se fosse listar todos, nem caberiam nesta edição! 

Por isso, vou focar no primeiro que conheci: o mordomo Gordon, do humorístico “Família Trapo”, do qual foi um dos criadores e roteiristas.

O palco de dois andares apresentava, com a presença de auditório, histórias em torno das trapalhadas e golpes de “Carlos Bronco Dinossauro”, o eterno “cunhado” interpretado por Ronald Golias, um malandro que vivia às custas do casal interpretado por Otello Zeloni e Renata Fronzi.

Apresentado ao vivo no Teatro Record, entre 1967 e 1971,  contava com a participação de convidados especiais e muita improvisação. Esta mesma fórmula continua válida até nossos dias: “A Grande Família”, “Sai De Baixo”, “Toma Lá, Dá Cá”, “Vai Que Cola” são bons exemplos.

Ainda que não intencionalmente, Jô Soares contribuiu para diminuir a gordofobia, transmitindo sempre uma imagem positiva de seu biotipo: “O humor foi a minha maneira de ser diferente em vez de ser diferente pelo fato de ser gordo”, disse ele em uma reportagem.

Desde a escolha de nomes de personagem (Gordon…), de seu programa mais popular (Viva O Gordo) e até o principal bordão de seu “talkshow” (Beijo do Gordo), estar acima do peso era só mais um recurso e nem foi impedimento a atuar com personagens que exigiam flexibilidade e resistência físicas.

Em suma, um grande (ops) ser humano, que precisou de um volumoso corpo para comportar a enormidade de sua erudição e humor.

Esteja onde estiver, receba, de todos nós, um beijo “pro” Gordo!

“Jô Soares, o mordomo Gordon e Ronald Golias, o impagável Carlos Bronco Dinossauro”
Arte: Henrique Vieira Filho

Cenas da entrevista de Henrique Vieira Filho para Jô Soares
Entrevista de Henrique Vieira Filho para Jô Soares

Beco Das Artes

Neste artigo para o Jornal O SERRANO, Henrique Vieira Filho parabeniza a retomada do Espaço Menino Jesus de Praga,apelidado de Beco Das Artes e a importância do reaproveitamento cultural de áreas públicas.

Publicado resumido no Jornal O Serrano, Nº 6312, de 08/07/2022

Quase ninguém reconhece estes estádios de futebol: Neo Química Arena, Cícero Pompeu de Toledo e Paulo Machado de Carvalho. Porém, se usarmos seus nomes populares, a coisa muda de figura: Itaquerão, Morumbi e Pacaembú.

Muitas vezes, os apelidos se tornam mais relevantes que o nome documental. 

Creio que isso irá ocorrer aqui em Serra Negra: o Espaço Menino Jesus de Praga será mais conhecido como Beco das Artes!

E merecidamente: durante o Festival de Inverno, o local recebe, a cada final de semana, exposições gratuitas de artistas locais e oportunidades de adquirir obras de arte e artesanato.

Agora, chegou a minha vez, com a Exposição Asas Na Arte. Já confirmaram presença a Esfinge, o Dragão e milhares de Tsurus (pássaros sagrados), sejam nas pinturas com suas deusas e lendas, como também em esculturas estilo origami (dobraduras de papel).

Estas artes já abriram suas asas em exposições em Miami, Nova York, Paris, Turim, Liechtenstein… E nem me levaram junto, estas filhas desnaturadas! De tanto voar pelo mundo, algumas dessas obras apresentam pequenas marcas.

Aí entra outra característica que deve virar tradição no Beco Das Artes: a pechincha! Por sinal, teremos também quadros decorativos e gravuras em menor escala das telas, que são bem mais em conta. Afinal, democratizar o acesso à arte é essencial.

É muito importante o resgate e ocupação artística daquele espaço cultural. Localizado na rua mais movimentada, com fácil acesso e grande circulação de turistas e serranos, o Beco das Artes tem tudo para se tornar mais um ponto turístico de sucesso.

O mesmo podemos dizer do Mercado Cultural, cuja atividade artística ainda está abaixo do seu potencial.

É louvável a iniciativa no Centro de Convenções, que, todo sábado, conta com o evento gratuito “Piano e Artes Plásticas”, com obras de artistas serranos e música ao vivo.

Pouco a pouco, Serra Negra está acordando para o seu potencial cultural!

Convido você a visitar a “Exposição Asas Na Arte”, nem que seja para tirar uma divertida “selfie” com nossas asas!

Dias 09 e 10/07, das 10 às 17hs, à R Cel. Pedro Penteado, 106

Mandalas: Do Tibete Até Serra Negra

Neste artigo para o Jornal O SERRANO, Henrique Vieira Filho  elogia a iniciativa artística na escadaria da Rua José Rielli e fala sobre as mandalas, desde as tradições tibetanas e indianas, até as cristãs, com os “tapetes” da Semana Santa e os Quadradinhos do Amor, que são mandalas em tricô e crochê.

Publicado resumido no Jornal O Serrano, Nº 6311, de 01/07/2022


Passando pela escadaria da Rua José Rielli me surpreendi com o lindo mural sendo pintado por Fernanda Quinto e Karen Ribeiro!

Uma bela mandala (“círculo da essência”, em sânscrito) se formava na parede, trazendo cultura e arte àquele caminho.

Comumente associadas ao budismo e ao hinduísmo como guias para meditação, na verdade, as mandalas existem em todas as culturas.

Inclusive, a cristã: basta observarmos as rosetas das catedrais góticas e os “tapetes” da Semana Santa: feitos com serragem colorida, suas lindas imagens são criadas já sabendo que serão desmanchadas logo a seguir.

Paralelos a esta tradição do cristianismo, os monges tibetanos usam areia de várias cores para compor maravilhosas artes, tão somente para desfazê-las assim que as terminam. 

Complementam o ritual distribuindo parte da areia ao público e parte lançada aos rios, para semear as bênçãos pelo mundo.

Além do exercício meditativo nas horas dedicadas para fazer a mandala, o ato de desfazê-las é um treino ao desapego material.

Todo artista de murais e grafites também tem que ter uma boa dose de desprendimento, pois bem sabe que a chuva, o vento e o tempo em breve apagarão todo o seu trabalho.

Ao invés de tristeza, devem alegrar-se que aquela obra já cumpriu seu papel, emocionando aos que a contemplaram e que se abre a oportunidade para novas artes e novos artistas compartilharem aquele espaço. 

Quem ganha é o público com a certeza de que sempre haverá uma nova imagem a aquecer seus corações.

E por falar aquecer, nem só de círculos são feitas as mandalas: os Quadradinhos do Amor são exemplos perfeitos! Seus tricôs e crochês, de cores vibrantes e padrões em repetição, as classificam como tais!

Enquanto permanecem em exposição, estas mantas são pura arte “temporária”, e, ao invés de serem desmanchadas, se tornam eternas ao trazer calor, humano e físico, aos que mais necessitam.

Mandala Na Escadaria – Arte: Fernanda Quinto, Karen Ribeiro  – Fotografia: Henrique Vieira Filho