Artista: Henrique Vieira Filho Data: 11 de agosto de 2023 – Horário: 15hs Local: Salão do Fórum Clóvis Bevilacqua – TJSP Pça. Barão de Rio Branco, 71 – Serra Negra – SP Entrada Franca
É com grande prazer que convidamos para a conclusão do Projeto Artístico “Direito À Arte”, com a inclusão de novas obras, especialmente criadas em homenagem ao Dia Do Advogado.
O encerramento da exposição presta uma justa homenagem aos Advogados em seu dia comemorativo através de novas artes inéditas de Henrique Vieira Filhoretratando a Justiça na mitologia grego-romana, egípcia e indígena brasileira.
A seguir, imagens e detalhes de algumas das obras em exibição:
Tela: Parajá – The Brazilian Indigenous Goddess of Justice Artista: Henrique Vieira Filho
Arte da Deusa Da Justiça das tradições indígenas brasileiras e o artista Henrique Vieira Filho
As Parajás são três divindades indígenas brasileiras femininas: da honra, do bem e da justiça, sendo esta última a quem esta obra homenageia.
Em paralelismo com as versões gregas da deusa, o tacape faz as vezes tanto do martelo do juiz, quanto da espada justiceira.
Os pratos de coco balançam suspensos em cipós, pesando os argumentos prós e contras e os olhos permanecem abertos, para que a justiça pondere atenuantes e agravantes, ao invés de aplicar leis cegamente.
As páginas impressas com legislação estão aos seus pés, para nos lembrar que a Justiça Divina está acima da humana.
Etapas criativas com modelo real e pintura corporal que inspiraram a obra
Tela: The Compassionate Artista: Henrique Vieira Filho
Óleo Sobre Tela – 60 x 90 cm – 2023
A tela da Compadecida e seu filho junto ao artista Henrique Vieira Filho
Inspirado pela obra “O Auto Da Compadecida”, de Ariano Suassuna, e pelo nascimento de seu neto, o artista Henrique Vieira Filho cria uma versão naif de Maria e Jesus.
Filha e neto do artista que inspiraram a obra
Tela: Christ – The Redeemer Artista: Henrique Vieira Filho
Acrílico sobre tela – 08 gravuras originais – 60 x 90 cm
Obra em homenagem ao estilo de Cid Serra Negra e o artista Henrique Vieira Filho
Em uma releitura que homenageia o estilo naif de Cid Serra Negra, que foi aplicado à figura icônica da estátua do Cristo Redentor da cidade de Serra Negra, rodeado de anjos, arcanjos e querubins, cuja aparência tradicionalmente européia foi substituída por afrodescendentes, indígenas e até o Saci-Pererê, representando a miscigenação de nossos povos e culturas.
Fotografias obtidas por Henrique Vieira Filho e que serviram de inspiração
Tela: The Judgment of Ades Artista: Henrique Vieira Filho
Acrílico sobre tela – 08 gravuras originais – 60 x 90 cm
O artista Henrique Vieira Filho junto à sua obra sobre o julgamento do deus da guerra
Em uma releitura que homenageia o afresco “Sala dei Giganti”, de Giulio Romano e esculturas de Antonio Kanova, esta obra retrata o deus Ades (Marte) como sendo o primeiro advogado, defendendo a si mesmo pelo assassinato de Alirótio, filho de Poseidon, argumentando com a atenuante de que este violou sua filha, Alcipe. Tendo os demais olimpíanos como jurados, Zeus como juiz, esta história inspirou a formatação dos primeiros tribunais da Grécia antiga.
Obras originais que inspiraram o artista
Tela: The Court of Osiris: Weighing Your Heart Artista: Henrique Vieira Filho
Acrílico sobre tela – 08 gravuras originais – 60 x 90 cm
A pintura do deus Osiris e a pesagem do coração – artista Henrique Vieira Filho
O Livro Dos Mortos, do Egito, determina as regras do julgamento das almas, em que, perante 42 juízes, o deus Osíris pesa o coração do falecido, que precisa ser tão leve quanto uma pluma para merecer o acesso ao submundo.
Reprodução museológica de pintura egípcia
Tela: Medusa Artista: Henrique Vieira Filho
Acrílico sobre tela – 08 gravuras originais – 120 x 80 cm
Na Psicanálise, a Medusa simboliza os aspectos negados da personalidade, o que paralisa e torna pedra a quem não aceita a própria Sombra.
Socialmente, o mito reflete o ato de culpar a vítima, pois era uma sacerdotisa virginal da deusa Atena que foi violentada por Poseidon. Considerada a divindade da inteligência, das artes e da justiça, ainda assim, a deusa puniu Medusa, transformando-a em um monstro.
Modelo em poses para a base da obra Medusa, de Henrique Vieira Filho
Serra Negra entra no mapa internacional do Slow Art Movement, que conta com a adesão de galerias e museus nas maiores cidades do mundo, que reservam datas em abril de cada ano para que os visitantes apreciem Arte com o “coração”.
Ao invés de apenas visitar uma galeria, ainda melhor será EXPERIENCIAR a Arte, sem pressa!
A proposta do movimento mundial “Slow Art” é que se amplie o tempo de apreciação de cada obra (ao invés de tão somente “passar” por ela….) e os participantes se reunirem para conversar sobre a experiência.
A Sociedade Das Artes, mudou de endereço: da maior metrópole sul americana (São Paulo – Brasil) para a linda e pacata estância turística de Serra Negra.
O artista Henrique Vieira Filho abre ao público seu estúdio neste dias 15 de abril, às 15hs (Slow Art Day Brazil). Para termos a melhor experiência, solicitamos a gentileza de confirmar previamente a presença via Whatsapp: +5511092946468.
A tartaruga, símbolo mundial da Slow Art em parceria com o brasileiríssimo bicho-preguiça
A proposta do movimento mundial “Slow Art” é que se amplie o tempo de apreciação de cada obra (ao invés de tão somente “passar” por ela….) e os participantes se reunirem para conversar sobre a experiência.
Comemorado no dia 8 de abril, o “Slow Art Day” é uma ação mundial voluntária, por parte de museus e galerias, com adeptos principalmente nos EUA e também no Brasil, com a Sociedade Das Artes.
Como grande incentivador da proposta e representante oficial do movimento, no Brasil, Henrique Vieira Filho soma à Arte, sua experiência como Psicanalista, propondo vivências ainda mais enriquecedoras aos participantes.
Algumas curiosidades sobre o Movimento Slow Art:
A média gasta por um visitante em frente a uma obra de arte é, segundo o “The New York Times”, de 15 a 30 segundos.
O Slow Art Day orienta aos observadores das Artes que dediquem de cinco a dez minutos a cada obra escolhida e, então, lhes propicia a oportunidade de conversar sobre a experiência com outros espectadores, comumente, com a mediação de um Artista ou um Curador
Phil Terry, CEO da Collaborative Gain, Inc. é o idealizador do Slow Art Day. Frequentador rotineiro de galerias e museus, mudou radicalmente seu modo de apreciar e interpretar as obras, após ter experienciado, pela primeira vez, dedicar longos minutos para cada obra, em 2008, no Museu Judaico, passando a incentivar esta forma de vivenciar a Arte.
Museus, galerias e veículos de comunicação mensuram o sucesso de uma exposição pelo número de visitantes, pois são dados objetivos, e somente com o Movimento Slow Art é que estão dando a devida importância ao subjetivo, ou seja, a satisfação dos frequentadores.
No Brasil, o pioneiro (e também representante oficial do Movimento) em Slow Art é o Artista Plástico Henrique Vieira Filho, sendo que suas Exposições individuais sempre contam com cadeiras para que os visitantes possam admirar confortavelmente as obras, além da contarem com a presença do próprio Artista para conversar sobre as pinturas e esculturas.
Esta edição é praticamente um mostruário dos novos rumos da Revista Artivismo, que passa a abordar também temas que impactam o mundo das artes visuais profissionais: valorização dos trabalhos artísticos, garantia de direitos autorais e proteção ao patrimônio dos que investem adquirindo obras.
O artigo A Arte De Falsificar Arte comprova que não só os grandes artistas são vítimas de falsificações e plágios. Muitos falsários vem optando por minimizar riscos, passando a fraudar obras de médio valor financeiro. O caminho para salvaguardar e valorizar os verdadeiros autores passa pelo registro das obras e, em caso de já falecidos, o laudo pericial de autenticidade é a solução para os donos das artes resgatarem o valor real de venda.
Já em Certificado de Autenticidade Ideal é apresentada uma análise comparativa entre as melhores opções disponíveis para autenticar suas artes, concluindo pela opção ideal, que inclui versões física e digital, selo de autenticidade, registro no “blockchain” (cartório virtual) e DOI (o mesmo utilizado para trabalhos científicos e acadêmicos), tudo explicado em detalhes e fartamente ilustrado com exemplos reais.
O Artista valorizando a sua obra e os compradores obtendo mais segurança e maximização de seu investimento em Arte
Certificado de Autenticidade expedido via Sociedade Das Artes
Resumo:
Neste artigo, Henrique Vieira Filho realiza uma análise comparativa entre os principais fornecedores de Certificados de Autenticidade e Pericial existentesno mercado das artes, elegendo o ideal e as razões da escolha. Fartamente ilustrado, explica de forma didática conceitos inovadores de registros virtuais de documentos de arte, bem como conseguir valorizar, proteger e preencher os requisitos mercadológicos para melhor atuar no mundo das artes contemporâneas.
Com sutis variações de grafia e idiomáticas (Certificado de Obra de Arte Original, Certificat D’Oeuvre d’Art Origin, Certificat D’Authenticité, Original Work of Art Certificate, Certificate Of Authenticity), mantendo sempre o mesmo significado, o Certificado de Autenticidade (abreviado mundialmente como COA) é o documento formal da existência de cada obra de arte, tendo, constando (no mínimo…) data da criação, nome (se houver), imagem reproduzindo a arte, detalhes técnicos (tamanho, materiais), nome e assinatura do artista (ou, em caso de já falecido, assinam seus representantes legais ou peritos).
As boas práticas de mercado ditam que cada Certificado deve estampar uma numeração exclusiva, a qual precisa igualmente constar na obra (geralmente, no verso), seja por via manuscrita, seja por meio de carimbos, impressos ou selos adesivos, podendo ainda reforçar a segurança com mais uma assinatura do artista ou responsável.
No Brasil e na maior parte dos países não existe lei obrigando o artista a certificar suas obras, entretanto, é quase impraticável atuar profissionalmente sem esta documentação.
Dentre os inúmeros benefícios dos Certificados de Autenticidade, podemos destacar:
Maior credibilidade artística
Incremento de valor monetário de venda e revenda
Proteção dos direitos autorais e patrimoniais
Ampliação de mercado, pois é pré-requisito para inúmeras galerias, casas de leilões, marketplaces e colecionadores.
Uma arte que esteja sem procedência documentada, que gere dúvidas quanto à sua autoria, é precificada como se fosse um “pôster”, um simples “quadro decorativo”.
Arte: PETs Artista: Henrique Vieira Filho Acrílico sobre tela – 60 x 90 cm
Sem assinatura do artista e SEM Certificado de Autenticidade Valor de mercado: R$ 530,00
A mesma obra, valorizada com: 1.Certificado de Autenticidade – versão impressa, com numeração exclusiva.2.Certificado de Autenticidade – versão digital, registrada via blockchain (cartório virtual) e DOI3.Assinatura do artista Valor de mercado: R$ 4.670,00
Em relação a artes impressas (fine art), como é o caso de fotografias e gravuras, haverá enorme diferença de valores se estiver ou não com Certificado de Autenticidade, especificando a autoria e a quantidade total de originais idênticos existentes.
1. “Print” de obra de arte (tela original ao fundo. Valor de mercado: R$ 62,00 2. A mesma impressão, com Certificado de Autenticidade, numeração e assinatura do artista, se torna uma gravura. Valor de mercado: R$ 350,00
1. Fotografia fine art tamanho A3. Valor de mercado: R$ 80,00
2. A mesma fotografia, com Certificado de Autenticidade, numeração e assinatura do artista, se torna arte colecionável. Valor de mercado: R$ 530,00
O mesmo ocorre com as obras de artistas de renome mundial, existindo grande variação de preços de acordo com a certeza ou não da autenticidade e da quantidade do mesmo original que foi disponibilizado para comercialização.
Salvador Dali – Print – “The Oecumenical Council”
Gravura legítima (autorizada pelos representantes da obra de Salvador Dali) em perfeito estado, SEM Certificado de Autenticidade, SEM numeração (não existe a informação de quantas iguais foram feitas). Valor de mercado: US$ 28.75
Gravura em mal estado de conservação, COM Certificado de Autenticidade assinado e devidamente numerado (esta é a gravura número 55 de um total de 200 idênticas). Valor de mercado: US$ 400.00
Muitos artistas falecidos, agora consagrados, à sua época não se preocuparam em registrar seus trabalhos ou, com o passar do tempo, os documentos acabaram danificados ou perdidos.
O Certificado de Autenticidade agrega tamanho valor à obra que,nestes casos, os colecionadores investem em um Laudo Pericial para resgatar o maior preço de mercado. O procedimento é compensador quando proporcional ao valor financeiro estimado para a arte, com a perícia podendo custar desde milhares de dólares (uso de raio-X, análise química de pigmentos, etc) para obras de grande monta, até laudos menos onerosos, aplicando análise grafotécnica (assinatura) e pinacotécnica (estilo e pinceladas únicas de cada artista) para alcançar as conclusões.
São Francisco – Artista: Cid Serra Negra – óleo sobre “eucatex”
Versão física do Certificado de Autenticidade mediante Laudo Pericial (igual teor em versão digital com registros “blockchain” e DOI).Um investimento de R$ 350,00 que somou mais R$ 1.700,00 ao valor final de revenda à obra.
Certificado de Autenticidade e Selo (fixado à obra) com numeração exclusiva e QRCode que direciona ao registro internacional DOI, também redundante em cartório virtual (“blockchain”).
A importância do Certificado de Autenticidade – COA estando bem clara, cabe agora analisar as principais opções utilizadas pelos artistas atuais, os prós e contras de cada uma e como a Sociedade Das Artescriou a alternativa idealizada, unindo as melhores qualidades dos demais e indo além, ao incluir recursos inovadores.
Registro de Obra de Arte na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro
. Registro de obra de arte da Câmara Brasileira do Livro
Certificat D’Authenticité – Europark
Certificate Of Authenticity – Verisart
Certificado de Autenticidade da Associação Museu de Arte Étnica – SP
Certificado e Selo de Autenticidade da marca Hahnemuhle, que chegou a ser o padrão adotado anteriormente pela Sociedade das Artes
No Brasil, a legislação garante os direitos autorais independente das obras estarem ou não registradas (Lei nº 9.610/98). Claro que, havendo controvérsias, o registro pesará a favor. A anterior Lei nº 5.988/73, quase que inteiramente revogada, manteve em seu Artigo 17, a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro como uma das instituições em que obras de arte podem ser registradas.
Porém, praticamente nenhum artista utiliza os Certificados daquela instituição, tanto pelo excesso de burocracia quanto pelo alto custo de registro. Também pesa contra, a ausência de algum instrumento que possa ser fixado junto à obra, vinculando-a ao respectivo certificado. Com o advento do isolamento social decorrente da COVID, verdade seja dita, a Belas Artes passou a aceitar que algumas etapas possam ser cumpridas via internet; ainda assim, continua sendo um processo demorado e oneroso.
Bem menos burocrático e menos custoso é o expedido pela Câmara Brasileira do Livro (a mesma que expede registro ISBN para obras literárias), porém, pelo evidente desvio de função, a não inclusão de imagem da arte e ausência de par fixável na obra física (um selo ou equivalente), também não obteve a adesão dos artistas. Louvável foi sua iniciativa de incluir no serviço uma via digital em cartório virtual (blockchain).
O Certificado expedido pela Associação Museu de Arte Étnica – SP é o mais completo em detalhamento, podendo incluir até o aval da entidade quanto à qualidade técnica e de materiais do trabalho artístico, deixando a desejar, contudo, quanto ao excesso de burocracia e à invisibilidade digital, fator que é praticamente uma exigência nos tempos atuais.
Uma opção bastante adotada, inclusive pela própria Sociedade Das Artes, até recentemente, foi a expedição de Certificados de Autenticidade utilizando os suplementos da Hahnemuhle, cujo custo é bastante acessível, incluindo papel pergaminho com marca d’água e selo vinculante a ser fixado na obra, cuja numeração exclusiva ainda possibilita o registro no site da empresa. Pesa contra a inexistência de versão digital, a obsolescência técnica e a estética ultrapassada de suas páginas na internet, praticamente invisíveis aos buscadores.
Algumas instituições francesas (Europark e Verisart) disponibilizaram versões digitais de Certificados, até mesmo a custo zero (ou quase), passando a cobrar extras para versões impressas. A inclusão dos registros em “cartórios virtuais” é mais um passo a favor do artista. Contudo, a barreira linguística e a legislação diversa da brasileira tornam estas opções pouco atrativas aos artistas de nosso país.
O Certificado de Autenticidade Ideal
Cada artista desenvolver o próprio Certificado pode parecer uma opção mais em conta, economicamente analisando, isto SE possuir habilidades técnicas e equipamentos de impressão de primeira linha e grande disponibilidade de tempo, pois, se tiver que contratar profissionais para desenvolver, sairá mais caro ou, pior, o resultado final será amador, destruindo justamente um dos objetivos principais, que é o de agregar VALOR à sua arte.
Neste sentido, a praticidade de adotar soluções pré-existentes no mercado, especialmente se somar credibilidade à obra do artista é a melhor solução, sendo que a Sociedade Das Artes já possui tradição neste quesito, tanto como galeria privada, quanto como Ponto de Cultura reconhecido pelo Governo (SNIIC: SP-21915).
A justa estratégia exige que o Certificado de Autenticidade, além de apresentar estética elegante e funcional, cumpra requisitos gráficos de segurança, como os incorporados pela Sociedade Das Artes:
Papel holográfico
Impressão em alta definição
Marcas de segurança – (Norma ABNT NBR 14082:2002): rosáceas, fundo numismático, microtextos, desenho geométrico, filetes luminescentes (logotipo em dourado ou prateado)
No mundo das Artes, a via física do Certificado de Autenticidade ainda agrega valor substancial ao ser apresentado em ritos de entrega de obras aos compradores, gerando prazer emocional e ótimas imagens de divulgação em redes sociais.
Desta forma, o ideal é que haja duas versões: uma via impressa, assinada fisicamente pelo artista (ou representante) e uma segunda via, totalmente digital, de igual valor, registrada na internet e com assinatura por certificação eletrônica (e-CPF, e-CNPJ, NeoID, Adobe Acrobat Sign, etc).
Certificado de Autenticidade Via Física
Certificado de Autenticidade Via Digital
Selo de Autenticidade
Certificado de Autenticidade de Arte – Via Física
Mesmo em um mundo onde a documentação se torna cada vez mais digital, ainda é de grande importância a existência de uma via física do Certificado de Autenticidade – COA, pois a materialidade agrega sensação de segurança aos compradores, ou seja, possui um valor emocional que nem todos sentem nas versões digitais.
A assinatura do artista (ou do representante / galeria), o brilho holográfico, os detalhes metalizados, além de serem itens de segurança documental, se tornam uma extensão igualmente artística da obra, por sua beleza gráfica.
A numeração exclusiva, gerada pela Sociedade Das Artes no padrão EAN é aplicada nas duas versões (física e digital) do Certificado e também no Selo de Autenticidade.
EAN / EAN13 (International Article Number) é o padrão numérico mundial (sua versão em código de barras também é chamada de GTIN ou GTIN13 – Global Trade Identifier) para identificação de todos os produtos comercializáveis (obras de arte, inclusive). É exigido para poder comercializar em grandes marketplaces, como por exemplo, a galeria de artes da Amazon. A numeração é criada a partir do código do país, CPF ou CNPJ, sequência final variável e exclusiva e dígito verificador.
O QR Code (“código de resposta rápida”), impresso tanto no COA físico, quanto no Selo, é facilmente escaneado por câmeras de celulares, dando acesso ao registro DOI – Digital Object Identifier, cuja página de internet é permanente, bem como à via digital no Blockchain (Cartório Virtual).
Certificado de Autenticidade de Arte – Via FísicaPapel holográficoImpressão em alta definiçãoMarcas de segurança Contém dados da obra (tamanho, técnica, ano de criação, dentre outras especificações), além de imagem em alta definição reproduzindo a arte. 1. Logotipo Sociedade Das Artes e numeração EAN em estampa metalizada. 2.Assinatura do Artista (ou responsável / galerista) 2.QR Code direcionando para o registro DOI e cartório virtual
Selo de Autenticidade
Outro item importante, muitas vezes faltante nas demais opções de mercado, é o Selo de Autenticidade a ser fixado diretamente na obra de arte.
Afinal, não tem sentido vincular a arte tão somente pela semelhança à imagem desta impressa em seu COA – Certificado de Autenticidade. Daí a importância deste elemento extra, geralmente, um selo adesivo com igual numeração exclusiva à estampada no Certificado.
Também como incremento de segurança, a Sociedade Das Artes confecciona seus Selos de Autenticidade em papel adesivo “casca de ovo” (propositalmente frágil, de tal forma a se fragmentar em caso de tentativas de ser retirado e reaproveitado), além de ser parcialmente aplicado recursos luminescentes (detalhes craquelados em dourado ou prateado, cores de difícil reprodução por maquinário amador).
A numeração exclusiva, gerada pela Sociedade Das Artes no padrão EAN é aplicada, além de no Selo, igualmente nas duas versões (física e digital) do COA.
O QR-Code incluso direciona ao registro DOI – Digital Object Identifier, cuja página de internet é permanente e contém dados detalhados da obra e acesso à via digital do Certificado, de igual valor documental.
Certificado de Autenticidade de Arte – Via Digital
CNH – Carteira Nacional de Trânsito, Licenciamento anual de veículo (CRLV), CPF, Carteira de Trabalho. Registro Geral, enfim, a maioria dos documentos oficiais, nos dias de hoje, são totalmente digitais e possuem o mesmo valor que suas versões físicas.
No caso das Artes, a via física do Certificado de Autenticidade ainda agrega valor substancial ao ser apresentado em ritos de entrega de obras aos compradores, gerando prazer emocional e ótimas imagens de divulgação em redes sociais.
Desta forma, o ideal é que haja duas versões: uma via impressa, assinada fisicamente pelo artista (ou representante) e uma segunda via, totalmente digital, de igual valor, registrada na internet e com assinatura por certificação eletrônica (e-CPF, e-CNPJ, NeoID, Adobe Acrobat Sign, etc).
Em muitos sentidos, o Certificado de Autenticidade– versão digital é mais confiável que seu equivalente impresso. Por exemplo, em controvérsias sobre plágio (cópias, imitações…), a razão é dada a quem comprovar que realizou a obra em data anterior à do outro.
Enquanto o papel aceita que se imprima data retroativa, isso não acontece na versão digital, pois a Sociedade Das Artes aplica assinatura eletrônica datada e homologada pelo próprio sistema implantado pelo Governo Brasileiro: a ACT-Autoridade de Carimbo do Tempo, que atua como evidência irrefutável da existência de uma informação digital numa determinada data e hora, sincronizados com a ICP-Brasil.
Certificado de Autenticidade de Arte – Via Digital Contém dados da obra (tamanho, técnica, ano de criação, dentre outras especificações), além de imagem em alta definição reproduzindo a arte. 1. Logotipo Sociedade Das Artes e numeração EAN exclusiva. 2.Assinatura Digital do Artista (ou responsável / galerista) – padrão ICP-Brasil – GOV.BR 2.Assinatura Digital da Sociedade Das Artes (ou responsável) – padrão Adobe Acrobat Sign
A mesma obra, valorizada com: 1.Certificado de Autenticidade– versão impressa, com numeração EAN e recursos gráficos de segurança.
2.QR Code direcionando para o registro DOI e “cartório virtual” (blockchain)
3.Certificado de Autenticidade – versão digital, registrada via blockchain (cartório virtual) e DOI que pode ser salva em formato PDF e conferida pelo sistema validação de assinaturas eletrônicas provido pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, conforme MP 2.200-2 e Lei n° 14.063/20
Blockchain – Cartório Virtual
O Certificado de Autenticidade– versão digital para permanecer acessível via internet precisa ter seu arquivo hospedado em servidores confiáveis quanto à segurança, inviabilidade e permanência vitalícia.
Ao contrário do mito popular, não basta estar na internet para ser “para sempre”; afinal, “sites” podem deixar de existir, sair do ar, mudar o endereço e nomes de suas páginas, excluir publicações, modificar seus conteúdos…
O artista não pode ficar refém da vontade dos proprietários dos domínios dos “sites” que hospedam seus Certificados.
A solução atualmente em moda é hospedar em “cartório virtual” / “blockchain”, um sistema muito semelhante ao utilizado para as criptomoedas (dinheiro digital).
Diferentemente dos “sites” em geral, que se valem do protocolo de Transferência de Hipertexto (http / https), os cartórios virtuais utilizam IPFS – InterPlanetary File System (ipfs), um padrão em que os arquivos são armazenados simultaneamente em centenas de hospedeiros diferentes e independentes, espalhados por todo o planeta e ninguém tem acesso nem a apagar, nem a modificar o conteúdo que estiver armazenado.
Assim sendo, o Certificado de Autenticidade, uma vez registrado no “blockchain” poderá ser acessado pelo artista e demais interessados bastando ter o código de acesso exclusivo, utilizando de quaisquer das centenas de sites que integram o sistema IPFS ou, diretamente, utilizando “plugins” ou navegadores especiais.
A Sociedade Das Artes assume o papel de “cartorário” e providencia este registro para os Certificados que emite.
A tecnologia “blockchain” (“blocos interconectados”, visto que os dados estão descentralizados, existindo simultaneamente em centenas de servidores independentes) iniciou como sistema de criação e segurança para as criptomoedas (Bitcoin, Etherium, etc) e logo expandiu para funções comerciais de registro e cumprimento de Smart Contracts (contratos inteligentes), inclusive, o registro, compra e venda de NFTs (“Non-Fungible Token”), que inclui desde obras de arte totalmente virtuais, até bens imóveis.
O sistema de alta segurança (criptografia) inclui a identificação do documento (em nosso caso, o COA – Certificado de Autenticidade Digital) por meio de uma sequência alfanumérica exclusiva, denominada Hash.
Assim como um ser vivo pode ser identificável por meio de seu DNA (visto que não há dois iguais), da mesma forma, o algoritmo hash atua como se fosse o DNA do documento registrado no “blockchain”.
Hash: QmdyztR5CLW8nswrtUHLjWsni9xYGccgG7pLUQYFjctmXWSequência alfanumérica criptografando o Certificado, atuando como seu “mapa de DNA”
O site https://ipfs.io é um dos inúmeros que “traduzem” o hash e reconstituem o documento registrado no blockchain para os navegadores de internet, possibilitando visualizar e até fazer o “download” de uma via original
DOI – Digital Object Identifier
Em pese que os “blockchains” estejam na moda e em ascensão (especialmente por serem de baixo custo e desburocratizados), que a verdade seja dita: pré-existe outro padrão e já está plenamente consolidado e consagrado mundialmente, para registro de documentos via internet: o sistema DOI – Digital Object Identifier.
Comumente adotado para registro de teses, pesquisas e artigos acadêmicos / científicos, o conteúdo é hospedado sob o compromisso de ser mantido inalterado e indefinidamente, sob a responsabilidade compartilhada de organizações criadas exclusivamente para esta finalidade, distribuídas em diversos países.
As maiores universidades, instituições de pesquisas científicas e revistas acadêmicas utilizam deste sistema e, por isso, o registro DOI agrega grande prestígio, sendo até requisito para que a publicação conste devidamente no Currículo Lattes (instrumento fundamental no mundo acadêmico brasileiro) e ORCID (Open Researcher and Contributor ID – registro mundial para acadêmicos).
Via de regra, o trabalho é submetido a pareceristas (avaliação por grupos de cientistas / acadêmicos / pesquisadores) e, após meses, caso seja aprovado, é publicado em revistas especializadas (reconhecidas com ISSN – International Standard Serial Number), as quais cobram taxas que podem alcançar milhares de dólares para providenciar o registro DOI e realizar a publicação.
A Sociedade Das Artes revolucionou ao conquistar para a ARTE o mesmo status de trabalhos acadêmicos e, em parceria com a Zenodo, viabilizou o registro DOI para obras artísticas, juntamente com a expedição de cada Certificado de Autenticidade – COA, que também passa a ser publicado em seção especial da Revista Artivismo (ISSN 2763-6062), agregando ainda mais valor a cada trabalho de arte.
O QR Code impresso tanto no Certificado físico, quanto no Selo de Autenticidade direcionam para o registro DOI que contém a reprodução (em imagem e texto) da versão digital, bem como o endereço “blockchain” que possibilita tanto visualizar, quanto fazer “download” de via original do COA digital, unindo, assim, o melhor de cada alternativa.
A imagem acima reproduz o conteúdo do endereço DOI da arte em exemplo: https://doi.org/10.5281/zenodo.7561752 O QR Code, tanto do Selo de Autenticidade fixado à obra, quanto a via física do Certificado direcionam ao endereço DOI, que é o padrão adotado mundialmente para registro de artigos acadêmicos e científicos e, agora, com a parceria Sociedade Das Artes / Zenodo, também para documentar obras de arte.
Revista Artivismo
O acesso à Revista Artivismo é totalmente livre para leitura, via internet.
Um dos raros periódicos brasileiros com registro ISSN 2763-6062 e, mais raro ainda, que realiza registro DOI para seu conteúdo, tem como objetivo divulgar reportagens e artigos focados em todas as formas de Arte, sejam trabalhos em padrões científicos, quanto obras culturais em si: literatura, fotografia, artes visuais, artes cênicas, design, dança e demais eventos relacionados.
Também é parte da proposta da Artivismo salvaguardar direitos autorais dos artistas, com a publicação de registros de obras e catalogações.
As obras que obtiveram Certificado de Autenticidade por intermédio da Sociedade Das Artes terão seu COA publicado nas edições sequenciais da revista, consolidando-se assim, uma importante fonte de referência.
Casas de leilões costumam basear a escolha de obras para comercializar somente se elas constarem em publicações especializadas, tais como o Dicionário Das Artes Plásticas No Brasil, de Roberto Pontual e Artes Plásticas Brasil, de Maria Alice e Júlio Louzada, que contém biografias, listagem de obras (com imagens) e até assinaturas dos artistas.
Em que pese a excelência destas publicações, a verdade é que estão sem atualizações faz décadas, deixando, assim, de incluir os artistas mais recentes.
A Revista Artivismo se dispõe a preencher este vácuo, abrindo espaço para os artistas atuais, conquistando galeristas e leiloeiros como a nova e atualizada fonte de referência artística.
Como complemento a médio prazo, está em fase de elaboração o Projeto Raisonné, que levará em conta as artes Certificadas.
“Catálogos Raisonnés” são verdadeiros tratados contendo registros visuais e documentais de cada obra de cada artista. Antes privilégio de poucos, em breve estará acessível ao grande público, em versões virtuais, promovidas em parceria entre a Sociedade Das Artes e a Revista Artivismo.
Conclusão
Em pleno século 21, mediante as novas tecnologias à disposição, todos os artistas contemporâneos têm plenas condições, até mesmo a obrigação mercadológica, de Certificarem suas obras.
Seja para valorizar suas artes, trazer segurança para os compradores e até mesmo pelo prazer de referendar seus trabalhos, o COA – Certificado de Autenticidade de Obra de Arte é essencial a toda obra de arte.
Ao estudar todas as opções existentes no mercado, a Sociedade Das Artes uniu o que de melhor havia em cada uma e foi muito além, agregando benefícios inovadores e exclusivos, atingindo, assim, a sua meta em oferecer o Certificado de Autenticidade Ideal.
Os artistas com obras de valores intermediários são tão ou mais vítimas de falsificações quanto os de renome mundial. Neste artigo, Henrique Vieira Filho toma como exemplo as obras de Cid Serra Negra e como os modernos e acessíveis recursos de Certificados de Autenticidade e Pericial resguardam direitos autorais e de propriedade resgatam o legítimo valor de mercado.
Desde sérias reportagens investigativas, até o divertido documentário “Fake Art – Uma História Real” (Netflix), sempre que o tema é falsificação de arte, as cifras citadas são de milhões de dólares pagos em obras que se revelaram fraudes sobre os trabalhos de Pollock, Rothko, Picasso, Vermeer, Rembrandt, Da Vinci, Di Cavalcanti, Portinari, Tarsila do Amaral, Guignard, Antônio Poteiro, Siron Franco, dentre muitos outros artistas cobiçados.
Quanto mais valorizado for o artista, maior a eventual margem de lucro para os fraudadores e, da mesma forma, ainda maior é o risco de ser descoberto.
Mas, e se o falsário for menos ganancioso e preferir “trabalhar” em um nicho onde as chances de ser investigado são mínimas?
Basta escolher fraudar artistas cujas obras estão com valores de mercado em um teto de US$ 2.000. Afinal, verificar a autenticidade custaria mais caro que a própria pintura e não compensaria aos vendedores/compradores investir em uma perícia técnica.
Melhor ainda se o alvo não possuir “Catálogo Raisonné” (documentação detalhada de cada obra produzida), nem Certificados de Autenticidade ou de Propriedade, situação esta que é típica para a maioria dos artistas. Por sinal, quanto mais contemporâneo, mais simples será para encontrar as mesmas tintas e materiais usados nos originais, diferente do que acontece com as artes de séculos anteriores, cujos pigmentos não são mais encontrados no mercado.
Se já estiver prescrito os direitos autorais (mais de 70 anos após a morte do artista ou, antes, caso não tenha herdeiros), tanto melhor.
E este é o caso do pintor que abordarei a seguir, sobre o qual me tornei um “connoisseur” (profissional conhecedor das obras, estilo e assinatura do artista), tanto por ter contato com suas artes desde a infância, como também por ser artista plástico, galerista e pós-graduado em perícia técnica.
Em recente busca por adquirir um de seus trabalhos, deparei-me com uma “pechincha” (via de regra, é bom suspeitar quando os valores são abaixo do mercado) sendo comercializada em um popular intermediário de compra e vendas pela internet. Mediante análise das fotos e a certeza de poder receber o dinheiro de volta (a plataforma retém até a confirmar a satisfação), optei em correr o risco calculado e, de fato, era um original.
Contudo, a maior parte das “ofertas” que encontrei eu já descartei à primeira vista: assinaturas divergentes, pinceladas não condizentes com seu estilo, temática e materiais não habituais a este artista. E isto, inclusive, em galerias muito bem conceituadas!
Ou seja, Cid Serra Negra anda sendo falsificado tanto ou mais do que um Di Cavalcanti! É o alvo ideal: obras comercializadas em um valor mediano (que não compensaria financiar uma perícia para autenticação), não catalogadas, autor já falecido e sem herdeiros!
Conforme documento de óbito, Cid de Abreu (que também assina como Cid, Cid Abreu, Cid S.Negra e Cid Serra Negra), filho de Izaura de Abreu, nasceu (27/01/1924) e faleceu (02/08/1993) em Serra Negra / SP / Brasil.
O Projeto De Lei Municipal Nº 89, de 2020, que objetiva dar o nome do artista ao espelho de água de uma das principais praças do município, em sua justificativa, acrescenta mais detalhes de sua procedência, sem citar a fonte dos dados extras:
“Filho de Sebastião Pires da Cruz e de Izaura Julieta de Abreu, que casaram em 19 de abril de 1913. Cid não chegou a conhecer o pai, que os deixou quando ele ainda estava no ventre de sua mãe. Eram seus avós paternos: João Pires da Cruz e Gertrudes Maria das Dores e avós maternos, José Elias de Abreu e Anna Carolina de Abreu”.
Não há registro conhecido de herdeiros, implicando no domínio público de sua obra:
Lei de Direitos Autorais – | Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos direitos patrimoniais, pertencem ao domínio público: I – as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores;
Suas obras são muito procuradas e presenças constantes em leilões, sendo que seu estilo primitivista, “naif”, agrada tanto aos colecionadores brasileiros, quanto aos do exterior.
Alcançou a fama e consagração ao cair nas graças de jornalistas e “socialites”, em especial, Helena Silveira e Lygia de Freitas Valle.
Lygia de Freitas Valle – socialite brasileira, filha de embaixadores, cantora do período da bossa-nova e grande admiradora de Cid Serra Negra. Casada com o medalhista olímpico, empresário e político, Willy Otto Jordan, a tumultuada vida social do casal foi alvo de diversas reportagens no período da ditadura,
“Cid pinta como um poeta. Seu estilo, oriundo de pinceladas ágeis e policromáticas, causa impacto e admiração, por realizar o quase milagre, sendo obra de alta categoria, de permanecer um autêntico ingênuo”
Helena Silveira – Escritora e jornalista, querida e respeitada pela elite intelectual e artistas, era irmã de Dinah Silveira de Queiroz e prima de Rachel de Queiroz, as duas primeiras mulheres a serem aceitas na Academia Brasileira de Letras.De 1974 a 1976, assinou, além de “Helena Silveira Vê TV”, a coluna “Videonário”, ambas para o jornal “Folha de São Paulo”.
“Suas telas são geralmente vivas e transmitem sempre uma mensagem de candura e otimismo voltada para a força da fé e do místico. Cid é, antes de tudo, folclórico. Um homem pitoresco em imaginação e força criativa. Inteligente e cuidadoso, pinta pelo seu instinto artístico, baseado no diminuto conhecimento que o cobriu pelas leituras (em francês) dos grandes mestres da pintura” ”
Cid Serra Negra foi pauta constante de reportagens e programas televisivos de enorme audiência, tais como os comandados por Hebe Camargo e Xênia Bier.
Xênia Bier – jornalista e atriz, nos anos 80 conquistou popularidade apresentar programas femininos: “TV Mulher”, entre 1981 e 1984, na TV Globo, o “Mulher 88”, na antiga TV Manchete, “Xênia e Você”, na TV Bandeirantes, além do programa “Mulheres”, da TV Gazeta, ao lado de Ione Borges.
Hebe Camargo – apresentadora, cantora, radialista, humorista e atriz, considerada como a Rainha da Televisão Brasileira, veículo em que atuou por mais de 60 anos, tendo feito história em programas da Record, Bandeirantes e SBT que lhe garantiram público cativo e o reconhecimento nacional.
Valorizou-se ainda mais por suas exposições na Galeria de Arte Portal, que estava em seu auge, a tal ponto de ser a primeira a expor as obras de Picasso na América Latina, por ocasião das comemorações de seus 90 anos.
Jornal Folha de São Paulo,de 20/11/1971, pág. 31
Primeira exposição de Cid Serra Negra, na Galeria Pontual, apresentado pela escritora Helena SilveiraJornal Folha de São Paulo, caderno Folha Ilustrada, de 12/06/1969, pág. 37
A importância da Galeria Pontual em sua época pode ser mensurada pelo fato de conseguirem a primeira exposição de obras de Picasso na América Latina, por ocasião das comemorações de seu aniversário de 90 anos.
Pessoalmente, julgo como sendo seu trabalho mais significado, o conjunto da obra eternizada na Igreja de São Benedito (Serra Negra / SP), por sua ousadia e originalidade em retratar anjos negros e incluir um saci e uma criança indígena como querubins.
Detalhes contendo saci e indígena como querubins na obra de Cid Serra Negra para a Igreja de São Benedito. Fotomontagem ilustrando o artigo de Henrique Vieira Filho para o Jornal O Serrano
Enfim, mesmo perante toda essa consagração como artista, em caso de inexistência de documentos atestando a autoria, isso gera insegurança para os compradores, obrigando os proprietários das obras a reduzir o valor monetário de venda.
Este foi o caso da obra aqui citada, que adquiri como “pechincha”. Ao rastrear a trajetória desta pintura em particular, a encontrei em vários leilões anteriores, sendo comercializada e adquirida por mais do triplo do que paguei.
Se é que algum dia existiu um Certificado de Autenticidade e/ou de Propriedade, o mesmo se perdeu nas continuadas compras e vendas, algo muito comum no mercado das artes, em especial, tratando-se de espólios, com as famílias jamais localizando o documento autenticador ou o recibo da aquisição, que poderia, pelo menos, indicar uma boa procedência.
Para recuperar o preço máximo de mercado, a solução foi autenticar a obra, por meio de Laudo Pericial, de tal forma que o investimento na Certificação de Autenticidade mais do que duplicou o valor de revenda.
Versão física do Certificado de Autenticidade mediante Laudo Pericial (igual teor em versão digital com registros “blockchain” e DOI).Um investimento de R$ 350,00 que somou mais R$ 1.700,00 ao valor final de revenda à obra.
Certificado de Autenticidade e Selo (fixado à obra) com numeração exclusiva e QRCode que direciona ao registro internacional DOI, também redundante em cartório virtual (“blockchain”).
Como perito, cabe aqui uma observação quanto aos valores de honorários periciais (usualmente cerca de R$ 15.000,00). O custo aqui aplicado, praticamente simbólico, se deve por já ser um “connoisseur” das obras de Cid Serra Negra, ou seja, não foi preciso um estudo “do zero”, envolvendo radiografia, colorimetria, espectroscopia, microscopia, nem demais recursos laboratoriais.
O laudo pericial para autenticação é o caminho para resgatar o valor nos casos de pintores já falecidos em relação às suas obras, via de regra, sem documentação de procedência.
Para artistas vivos e em atividade, há caminhos bem mais simples.
Registrar em cartórios ou na Belas Artes do Rio de Janeiro (opção prevista até em lei federal), na prática, é ineficaz, visto que uma eventual busca por parte dos interessados em localizar ou mesmo, conferir a documentação, é custosa, tanto do ponto de vista financeiro, quanto de tempo demandado.
Um dos problemas dos documentos de autenticidade serem apenas em versões físicas é a facilidade de extravio e o desgaste pelo passar do tempo, implicando em rasuras, trechos ilegíveis e fragmentações.
A solução que adoto é manter também em versão digital, utilizando o sistema “blockchain” (os chamados “cartórios virtuais”) onde a documentação é “eternizada” na internet, com a garantia de diversas instituições mundiais que armazenam de forma redundante, de fácil acesso (links diretos e buscadores) e resguardadas contra alterações.
A este formato, ainda acrescento o registro DOI (Digital Object Identifier), aplicando à cultura o mesmo padrão mundial utilizado para respaldo e divulgação das produções científicas, o que possibilita que conste, inclusive, no Currículo Lattes e ORCID.
Certificado de Autenticidade Assinado pelo próprio artista. Selo de AutenticidadeFixado na obra, com numeração idêntica e exclusiva à do Certificado Confeccionados e registrados via Sociedade Das Artes Um investimento de R$ 80,00 para resguardar direitos autorais ao artista e de propriedade aos compradores, valorizando a Arte.
Versão digital, igualmente válida, do Certificado de Autenticidade confeccionado e registrado via Sociedade Das Artes. Acessível via QRCode e links diretos para os registros internacionais DOI (validáveis como obras culturais para Currículo Lattes e ORCID) e também para o cartório virtual (“blockchain”), mantidos por instituições mundiais compromissadas com a manutenção e disponibilização atemporal dos documentos.
Até mesmo os famosos “Catálogos Raisonnés” (verdadeiros tratados contendo registros visuais e documentais de cada obra do artista,) antes privilégio de poucos, está agora acessível ao grande público, em versões virtuais, promovidos em parceria entre a Sociedade Das Artes e a Revista Artivismo.
Se antes os artistas faziam justiça ao estereótipo de não se importarem com registros burocráticos, nem com as finanças e de serem avessos a novas tecnologias, em pleno século 21, esse visão “romantizada” não tem mais sentido e, quanto antes os contemporâneos Certificarem suas obras, os apreciadores e a própria Arte, agradecem.
Artigo publicado originalmente no Jornal O Serrano, em 26 de novembro de 2021 – 6282 – CXIII
Dias 27 e 28/11- Espetáculo “Romeu’s e Julieta’s”. apresentado pela Cia De Dança Alllegro e a Exposição “Dança Das Cores”, com pinturas de Henrique Vieira Filho
A Arte está em toda parte, tão inserida em nosso dia-a-dia, que nem sempre percebemos. Nestes tempos de pandemia, quanto conforto recebemos por meio de livros, filmes, séries e música, acalentando nossos corações.
Nos recentes dias, muitos de nós saímos às ruas para apreciar as luzes e decorações natalinas e retornamos mais leves, sorridentes, com uma sensação boa.
A iluminação temática, os retalhos tricotados, os arranjos de plantas ornamentais também são formas de Arte.
O resultado final, que tanto encanta, só é obtido graças a muito estudo e dedicação.
Quem assiste à beleza dos movimentos dos dançarinos, nem sempre faz ideia dos anos de estudos, ensaios e o preço físico e emocional investido.
Os pés desta foto poderiam ser de qualquer dos mais de 80 bailarinos que estarão no Centro de Convenções, neste final de semana. Foram anos de estudos e meses de ensaios e treinos para trazer para nós o espetáculo “Romeus’s e Julieta’s”!
Até mesmo as artes plásticas, que não demandam tanto esforço físico, igualmente exigem bastante do artista. Cito aqui uma colega a qual, quando lhe perguntam quanto demorou para terminar esta ou aquela pintura, ela responde: “cerca de 50 anos”, pois ela soma os anos de aprendizado técnico e amadurecimento pessoal que necessitou para atingir o patamar atual em seus trabalhos.
Inclusive, a espera de secagem da tinta pode ser angustiante: uma pintura a óleo sobre tela leva mais de seis meses para poder ser manuseada!
Por sinal, o termo “vernissage” é utilizado para nomear a inauguração de exposições, pois, ao menos antigamente, o pintor estaria terminando de passar o verniz nas obras, para apresentar ao público.
Bem, chegou o momento de justificar o título desta crônica! Boa parcela de nós, brasileiros, temos curiosidade sobre tradições e “simpatias”, como, por exemplo, a escolha de cores de roupas para a passagem de ano.
Chegou a minha vez de criar duas novas, aqui em Serra Negra: para reforçar o amor em sua vida, tem que assistir à peça “Romeu’s e Julieta’s” e, para ter um desejo atendido, tem que pedir junto à pintura “1000 Tsurus”, pois nela estão pintados mil origamis, conforme pede a tradição japonesa.
E a simpatia fica muito mais poderosa, pois junto ao valor simbólico do ingresso, você deve trazer 1 kg de alimento não perecível, para doação ao Fundo Social de Solidariedade.
Os ingressos podem ser adquiridos na Escola Talento ou na bilheteria do evento, dias 27 e 28/11/2021, no Centro deConvenções Circuito das Águas (Rua Nossa Sra. do Rosário, 630 – Serra Negra – SP): Espetáculo“Romeus’s e Julieta’s” e Exposição “Dança Das Cores”
Henrique Vieira Filho homenageia o Dia Da Consciência Negra por meio da Exposição Diversidade, no Mercado Cultural, em Serra Negra / SP, unindo artes plásticas e artes marciais, participando, inclusive, da roda de Capoeira promovida pela Academia Raça e Fundamento.
Artigo publicado originalmente no Jornal O Serrano, em 12 de novembro de 2021 – 6280 – CXIII
Sendo um homem branco, não tenho autoridade para abordar este tópico sobre certos aspectos que só um afrodescente tem propriedade e a experiência de quem realmente vive a questão em seu dia-a-dia.
Por outro lado, como artista plástico apaixonado pelas mais diversas culturas milenares, posso prestar minhas sinceras homenagens e admiração ao Dia Da Consciência Negra (20 de novembro), por meio da Exposição Diversidade, a qual, neste ano, será em Serra Negra / SP, com entrada franca.
Bem sei que muitos artistas focam nas adversidades e buscam denunciar por meio de suas obras, mas, eu prefiro focar na beleza das cores, das formas e das tradições populares, em especial, por meio de figuras femininas, empoderadas e, na maioria das vezes, representando figuras icônicas ou fascinantes personagens mitológicos.
Por defender que todas as culturas merecem ser compartilhadas e experienciadas, retrato por fotografias e pinturas temas indígenas, orientais, europeus e afros, sem distinção e, eventualmente, até miscigenando, tal qual ocorre na população de nosso Brasil.
Claro que, nesta exposição, em especial, selecionei as obras que homenageiam a Cultura Afro, como os exemplos que se seguem, em imagens e histórias:
Mermaid Kianda (gravura acrílica sobre tela) – inspirada na mitologia angolana, esta sereia concedia desejos de riquezas e, caso o beneficiado agisse com avareza, seria condenado à eternidade no fundo do oceano, às vezes, levando junto toda a aldeia. Esta pintura já esteve em exposições em Madri, Barcelona e Viena.
Indomitable (gravura acrílica sobre tela) – obra do acervo particular da grande cantora Aline Wirley, gentilmente cedida para esta Exposição. Esta tela é composta por texturas de asas de borboleta, penas de aves, ambas africanas, assim como os grafismos e tatuagens pintadas sobre a pele desta poderosa guerreira.
“The Goddess Of The Seas” (gravura acrílica sobre tela) – inspirada nas tradições afro-brasileiras, em especial, Iemanjá, a obra retrata a rainha do mar, deusa protetora, maternal e, ao mesmo tempo, senhora da força da natureza das águas, implacável quando necessário.
Tela: Birth Of The Saci Artista: Henrique Vieira Filho
Tela: African Aphrodite Artista: Henrique Vieira Filho
Tela: African Gioconda Artista: Henrique Vieira Filho
Tela: Decipher Me Artista: Henrique Vieira Filho
Série Diversidade
A Série Diversidade é composta por Fotografias Fine Art, muitas das quais integram o livro “Les Brésiliens vus par les Brésiliens” (Os Brasileiros vistos pelos Brasileiros), com lançamento no Salão do Livro de Paris, em março de 2016.
Nesta Série, o biotipo étnico de cada indivíduo, ainda que possa predominar em uma direção, jamais nega a miscigenação de nosso povo e nunca limitará sua visão de mundo.
A orientação de vida de cada um transcende a própria tradição étnica ancestral.
Henrique Vieira Filho desenvolveu padrões gráficos baseados em tribais indígenas brasileiros (especialmente, artesanatos marajoaras…), africanos, orientais, célticos e, até mesmo, modernos grafites urbanos, os quais foram projetados (literalmente, via projetor…) tendo a pele como tela. Eventualmente, incluiu pintura corporal, como reforço à proposta étnica.
Fotografia Fine Art: African Marajoara Artista: Henrique Vieira Filho
Fotografia Fine Art: African Chinese Artista: Henrique Vieira Filho
Fotografia Fine Art: African Celtic Artista: Henrique Vieira Filho
Fotografia Fine Art: African Celtic Artista: Henrique Vieira Filho
Fotografia Fine Art: African Chinese Artista: Henrique Vieira Filho
Estejam todos convidados a prestigiar o Dia da Consciência Negra, visitando a Exposição Diversidade, onde poderão ver de perto as obras acima e muitas outras mais:
Abertura às 10hs, dia 20 de novembro de 2021, no Mercado Cultural: Praça XV de Novembro – Estância Suíça, Serra Negra – SP – Entrada franca A exposição permanece aberta do dia 20 ao 25 de novembro*
A Arte está tão inserida no cotidiano, que nem sempre nos damos conta de que dela estamos usufruindo.
No isolamento que a pandemia impôs, quanto alívio emocional foi proporcionado com a leitura de livros, ao assistir filmes, seriados, novelas, ouvir músicas…
Até mesmo as pessoas que perderam seu sustento podem ser beneficiadas com as Artes, considerando que este setor já criou cerca de 01 milhão e 500 mil postos de trabalho, no ano em que a pesquisa mais recente foi realizada. (Fontes: IBGE, diretoria de pesquisas, Cadastro Central de Empresas – 2003).
Nem todos percebemos que, para um artista trazer a público o seu trabalho, abre-se vagas para um grande contingente de outras profissões: recepcionistas, equipe de transportes, equipe de montadores, eletricistas, pessoal da limpeza, setor de hospedagem e alimentação, carregadores, organizadores de eventos, fotógrafos, cinegrafistas, equipe de informática, publicitários, equipe gráfica, contadores, seguranças e mais uma infinidade de eventuais vagas de trabalho.
Devemos somar, ainda, que público que vem ao evento cultural também irá se hospedar, se alimentar, passear pelos arredores, comprar alguma lembrança, enfim, consumir tudo que puder, como é de praxe quando o objetivo é o turismo e o lazer! Até o mais singelo ambulante pode salvar seu dia, com o consumo extra de “comes e bebes” na entrada e saída das apresentações!
Mesmo o tão subestimado (por nós, brasileiros…) setor de artes visuais (museus, exposições de pinturas, esculturas e fotografias), somado ao de jornais e revistas, movimentam cerca de 700 bilhões de dólares, por ano, em todo o mundo, gerando incontáveis empregos.
Como exemplo recente de renda gerada pela Cultura, podemos citar o 38º Festival de Dança de Joinville: 270 mil espectadores, cerca de 9400 inscritos e mais de 3000 vagas em cursos de arte. Por sinal, a Cia Allegro representou Serra Negra, com a coreografia “Desencontros”!
O ganho cultural foi imensurável, além do financeiro: nem é preciso ser economista para concluir o bem que fez aos hotéis, restaurantes e comércio da cidade e todos os novos postos de trabalho que foram criados, graças a toda esta movimentação criada pelas Artes!
Segundo o próprio governo federal, a cada R$ 1,00 disponibilizado por meio das leis de incentivo à Cultura, R$ 1,59 são gerados para a economia do país (Fonte: MinC – Ministério da Cultura e FGV – Fundação Getúlio Vargas – 2019). Ou seja, ao investir em artes, o governo consegue um retorno de 59% para a população!
Quando o povo critica o envio de verbas públicas a eventos culturais, certamente focam nos poucos artistas que estão muito bem de vida e que já contam com o patrocínio de grandes empresas privadas.
A realidade da imensa maioria dos artistas brasileiros é bem distante disso. Não raro, nem cachê recebem, trabalhando mais pelo amor ao ofício!
E assim foi, por exemplo, aqui mesmo, em Serra Negra, no ano passado, justamente no Dia da Cultura (05 de novembro), em uma bela parceria em que a Prefeitura disponibilizou o palco do Centro de Convenções para o Projeto Re Arte – Circuito Das Águas, em que tivemos exposição de artes plásticas (Henrique Vieira Filho e Elisabeth Canavarro), dança (Cia de Dança Allegro, da Profa. Dayana Rezende), poesia (Camila Formigoni), artes cênicas (Breno Floriz) e vivência de qualidade de vida (Fabiana Vieira).
Tudo isso bem na época das restrições de saúde mais rigorosas, sem poder receber o público, sem verba, estes artistas se apresentaram, ao vivo e em reprises gravadas, trazendo um pouco de alegria em um período tão difícil para todos…
“Temos a arte para não morrer ou enlouquecer perante a verdade. Somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida”.
Em 2016, fui convidado a integrar, com meus trabalhos fotográficos, o livro “Les Brésiliens vus par les Brésiliens” (Os Brasileiros vistos pelos Brasileiros), com lançamento em Paris..
O tema que escolhi é o título deste Artigo, sendo que todos os fotógrafos participantes deverão pautar no ser humano e apresentar a edição em preto e branco.
Em meu projeto, o biotipo étnico de cada indivíduo, ainda que possa predominar em uma direção, jamais nega a miscigenação de nosso povo e nunca limitará sua visão de mundo.
A orientação de vida de cada um transcende a própria tradição étnica ancestral. No Brasil, é comum caucasianos reverenciando o Candomblé, afrodescendentes praticantes de tai-chi-chuan, orientais atuando com xamanismo…
Selecionei um grupo padrão de nossa diversidade, composto por mulheres de representações étnicas distintas, para retratar a pluralidade de origens que compõem o povo brasileiro, especialmente, nas grandes metrópoles.
De profissões diversas, são modelos fotográficas, publicitárias, assistentes sociais e cantoras, suas imagens não as identificam como tais, pois vestem apenas o contraste entre a luz e sombra.
Desenvolvi os padrões gráficos baseados em tribais indígenas brasileiros (especialmente, artesanatos marajoaras…), africanos, orientais, célticos e, até mesmo, modernos grafites urbanos, os quais foram projetados (literalmente, via projetor…) tendo a pele como tela. Eventualmente, incluí pintura corporal, como reforço à proposta étnica.
Os grafismos tribais aplicados nem sempre coincidem com a origem étnica ancestral de cada modelo…
O propósito é ressaltar que a orientação filosófica de cada um segue os ditames do coração e que este não se prende a estereótipos, transcendendo toda e qualquer expectativa corporalmente presumida.
Henrique Vieira Filho é artista plástico, escritor, jornalista e terapeuta holístico. Nas artes, é autodidata e seu estilo poderia ser classificado como surrealismo figurativo.
Por mais de 25 anos, esteve à frente da organização da Terapia Holística no Brasil, sendo presença constante nos meios de comunicação. Elaborou as normas técnicas e éticas da profissão, além de ser autor de dezenas de livros e centenas de artigos, que são adotados como referência em vários países.
Dados técnicos:
Arte e Fotografia – Henrique Vieira Filho
Grafismos desenvolvidos via Corel Draw e Photoshop, tendo como base fotos reais, obtidas pelo mesmo autor. A imagem corporal de fotografada não passou por nenhuma intervenção quanto à forma, sendo respeitadas as medidas reais e peculiaridades.
Eventualmente, os grafismos projetados passaram por edição em Photoshop para melhor adaptar-se aos contornos da pele e realçar olhos e boca.
Fotografia: Henrique Vieira Filho
Câmera: Canon EOS 70D
Lente: EF-S18-135mm f/3.5-5.6 IS STM
Sem flash – Iluminação ambiente via LEDs de intensidade regulável
Em pesquisa, me surpreendi com os relatos, em inúmeras reportagens nas quais afrodescendentes reclamam (justificadamente…) que seus terapeutas se mostraram incapacitados para lidar com a questão do racismo, chegando até mesmo a negar sua existência neste século, verbalizando que seus Clientes deveriam cessar com esse comportamento de “vitimização”.
Constata-se um enorme lapso nos estudos profissionalizantes em Terapia, que nem sequer incluem a pauta do racismo em suas aulas.
Até mesmo a literatura sobre o tema é escassa. O livro “Black Families In Therapy” (1993), da ativista Nancy Boyd-Franklin, foi um dos primeiros a abordar a terapia familiar de minorías étnicas.
Ainda que os profissionais alvos destas críticas aleguem, em sua defesa, que não tiveram acesso a estudos especializados, nada justifica as atitudes questionadas.
Afinal, é conhecimento básico a qualquer pessoa que atende em consultório, que JAMAIS se JULGA (nem positiva, nem negativamente…) os relatos de nossos Clientes.
Por sinal, faltou um requisito essencial a quem exerce a Profissão: a EMPATIA, ou seja, colocar-se no lugar do Cliente e compreender o ponto de vista DELE, bem como os sentimentos DELE.
É inaceitável que um Terapeuta dê “palpite” e/ou induza seu ponto de vista pessoal, filosofia ou crença em seus Clientes !
Trata-se de regras básicas de atendimento em consultórios!
O multiculturalismo, o pluralismo, são entendimentos fundamentais para o exercício da Terapia Holística.
Não que o Terapeuta necessite ser, previamente, um “especialista”, nem sequer que seja integrante desta ou daquela cultura com a qual se venha a trabalhar, eventualmente.
Outrossim, devemos desenvolver a sensibilidade étnica e aprendermos, com os relatos de nossos Clientes. Não precisamos ser, por exemplos, nipônicos para compreender uma eventual pessoa que o seja, quando nos conta sobre sua preocupação com a filha namorar um brasileiro… Não temos que ser afrodescendentes para conseguirmos ter empatia com um Cliente que nos conta seus sofrimentos por racismo.
Além do Aconselhamento (atenção: aconselhamento em NADA se assemelha com “dar conselhos”…), que é técnica obrigatória em toda atividade terapêutica, podemos aplicar vivências, exercícios de imaginação ativa, possibilitando ao Cliente re-vivenciar os momentos traumáticos, no “ambiente seguro” de consultório, que comumente resulta em catarses emocionais (com choro, raiva, por exemplos…), aliviando a “carga energética” que “pesa” sobre a questão, facilitando novas oportunidades de entendimento e superação.
Outra técnica interessante a se somar, é a Terapia Floral, pois disponibiliza auxílio em gotas para melhor aFLORar as emoções reprimidas, catalisando a aceitação e “digestão” de todos os sentimentos antes negados, além de incrementar a auto-estima.
A essência deste texto pode ser transposta para o atendimento terapêutico perante a diversidade de orientações sexuais, de filosofias de vida e de religiosidades (ou a ausência destas…)…
Quem deve se adaptar aos Clientes somos nós, que os atendemos e, ao fazermos isso, além de nos aperfeiçoarmos como Profissionais, igualmente teremos a grande oportunidade de nos tornarmos PESSOAS melhores !
Henrique Vieira Filho é artista plástico, escritor, jornalista e terapeuta holístico. Nas artes, é autodidata e seu estilo poderia ser classificado como surrealismo figurativo.
Por mais de 25 anos, esteve à frente da organização da Terapia Holística no Brasil, sendo presença constante nos meios de comunicação. Elaborou as normas técnicas e éticas da profissão, além de ser autor de dezenas de livros e centenas de artigos, que são adotados como referência em vários países.